Me olho, te olho e vejo que o há aqui... Gabriela Borges
Me olho, te olho e vejo que o há aqui dentro é medo, pois é, medo. Medo de sacrificar a amizade. Medo de me conhecer e me esquecer em segundos. Medo de me analisar mais uma vez. Medo de desganchar minhas pernas das suas. Medo do cheiro do seu pescoço ficar em mim. Do gosto do teu beijo nos meus lábios. Medo de deixá-lo ficar mais. Medo de deixá-lo ir. Talvez você fosse o cara certo na hora errada ou o cara errado na hora certa. Sei lá. Medo de catucar mais a ferida até ela sangrar e ficar indolor. Medo de me ferir. Medo de ferir. Medo de ser olhada. Medo de olhar. Medo do cansaço de correr atrás. Medo do tédio de ficar sentada esperando o tempo passar.Medo de escutar seu nome em uma conversa. Medo da curiosidade de te descobrir. Medo de que você seja um canalha. Medo de que você seja um amigo a cima de tudo. Medo de você ser um psicopata. Medo do perdão. Medo do egoísmo. Medo do silêncio da angustia. Medo da felicidade indescritivel. Medo de querer te visualizar dos pés até a coxa. Medo de me entregar. Medo de me apegar. Medo do medo. Medo do pavor. Medo de oferecer a parte mais emocional do meu corpo. Medo de você ferir essa parte emocional e sensivel. Medo do papel da carta que tinha escrito. Medo de deitar do seu lado e querer ficar. Medo de amar. Medo de me apaixonar. Medo de me apaixonar por você.