E ontem, em meio a rajadas de ventos,... Jean Douglas Pereira

E ontem, em meio a rajadas de ventos, trovoadas, a cada relâmpago mais forte, eu acordava, trêmulo, não de medo de qualquer coisa relacionada a natureza, mas é que eu começara a sonhar com você e entre um relâmpago e outro me fazia cair na real de o quanto impulsivo eu fora, acreditei demais no meu coração, sempre o coração, querendo sempre se opor a razão, e assim ficamos, lado a lado, sem mãos atadas, sem abraços apertados ou qualquer forma de carinho explicito, ali sentados, apenas olhando a nossa volta, sabendo que por mais que sentíssemos algo, a hora tinha sido inapropriada, a abordagem foi errada, mas o coração, ah o coração ainda batia acelerado, como se implorasse ainda pra que mais uma vez a razão cedesse e lhe desse a derradeira chance de consertar tudo que havia feito de errado.
E assim, mais uma vez, a razão cedeu, suspirou, comandou algumas funções, baixinho alguém falava: “Obrigado, prometo não lhe decepcionar”, enquanto que um pouco menos receoso outro dizia: “Tudo bem, eu sei que logo vai passar.