Entender pra que? Cada vez que eu tento... Priscila Ogg

Entender pra que?

Cada vez que eu tento me entender, penso que tenho sempre algo a mais para descobrir. E se esse algo a mais for a descoberta de uma vida inteira, passarei a vida inteira caminhando e peregrinando por esse mundo tão injusto quanto injustiçado para enfim chegar a um lugar prometido.
Sinto forças para avançar, percorrer e desdenhar uma fantástica viagem em busca de sonhos e conhecimento com toda a humildade. Mas sinto a fraqueza por não saber de onde começar, com o peso do próprio corpo que carrego, deixo transparecer toda a angústia que me atormenta, toda a fúria por não ter paciência, toda a simplicidade por saber esperar também.
É algo tão difícil de dizer, pois são apenas palavras que podem não valer nada, e ao mesmo tempo, podem significar um imenso oceano de mistérios resumidos em apenas um grão de areia, mas tão sólido, incapaz de se compreender sozinho sem conseguir se mover do lugar.
Almejo algo lá na frente, cada dia que se passa deixo um pouco mais do meu orgulho para trás, e orgulho para quê? Sentir orgulho de si mesmo pode parecer ser bom, mas sendo o oposto da humildade, é comparar bebida X volante, é usufruir o sol do dia e querer ao mesmo tempo contemplar a lua noturna, é ver o brilho das estrelas desaparecerem com a nuvem negra, que vem trazendo uma chuva, uma tempestade, um temporal.
Mas se porventura eu puder compreender tudo isso, que Deus me abençoe pelo caminho escolhido. Pois muitas vezes me acho grande, brava e gigante, achando que posso vencer qualquer obstáculo, e começo a subir, a escalar a jornada da vida, e quando finalmente chego ao topo pensando ter conquistado tudo, olho o imenso horizonte e vejo o mundo inteiro pela frente, descubro que sou uma criança inofensiva em um berço, aonde devo aprender a engatinhar, a me levantar e caminhar com as próprias pernas, sabendo que posso cair e me ferir, porém, tendo a plena consciência de que posso me levantar mais uma vez e continuar, por esse mundo soberbo de alegrias e tristezas, onde posso transformar tudo o que vivi de ruim em bons atos e provérbios como lição de vida, seguir mais um passo e descobrir sempre algo novo, sendo apenas um grão de areia sólido ou o suave frescor de um imenso oceano e enfim entender a minha vida. Ou não!