[Eram duas da manhã, o telefone tocou,... Simone Montilares

[Eram duas da manhã, o telefone tocou, ela saiu desesperadamente da cama para atende-lo.]

Suspirou e disse:

-Alô.

Fez-se silêncio do outro lado da linha e ninguém respondeu, a frustração transpareceu em seu cenho, “provavelmente foi engano” disse ela.

Foi se deitar com o coração apertado por aquela não ser a ligação de quem ela esperava. Os dias se passaram e com uma frequência sempre recebia ligações e nada se ouvia nelas, até que um dia ela recebeu uma carta, quando viu o remetente se espantou e ficou atônita, a carta dizia:

“Oi minha pequena,

Não queria te magoar, nunca tive a intenção, você sempre aturou minhas manias não é mesmo? Não sei de onde tinha tanta paciência, lembra-se quando nós ficamos rindo um do outro quando ficávamos encarando um ao outro para ver quem dava risada primeiro? Éramos tão bobos, porém tão felizes, lembra-se pequena quando eu suspirava só de sentir o seu perfume? E acordávamos todos os dias um do lado do outro? Lembra das nossas brigas por besteiras?

Ah minha pequena eu sinto tanta falta disso, mas fui incapaz de te fazer feliz, quero te pedir desculpa por todas as besteiras e sofrimentos que a fiz passar, e mesmo que não queira me perdoar saiba que a quero ver feliz.

Você andou recebendo alguns telefonemas não foi? Era eu, não tenho coragem de te ver, mas queria ouvir sua voz antes de dormir, me desculpa amor fui tão imbecil e estou sentindo sua falta, não me sinto ótimo quando escuto sua voz, porque ela ainda é tão distante pelo telefone, mas me acalmo e consigo dormir.

Só queri que soubesse que depois de tudo eu ainda te Amo. Desculpe pelo incomodo.”


Seus olhos encheram de lágrimas, suas mãos tremendo, o coração batendo forte, pegou o telefone e discou aquele número que jamais esqueceria:

-Alô.

Umas voz rouca falou do outro lado da linha:

- Minha pequena…

-Não fale nada…. Eu te amo, seu bobo.

- Eu te amo minha princesa…