Eu não acredito em signos, sério! Sou... Simone Emanuelle Oliveira
Eu não acredito em signos, sério! Sou uma pisciana e, de já, desmitifico essa visão que todos têm de que nós somos os seres mais piegas do horóscopo. Conheço gente bem pegajosa e romanticamente exagerada e, veja só, não nasceu entre 20 de fevereiro e 20 de março! Enfim, sou meio cética nesta questão, mas, ultimamente, os astros andam acertando muito sobre mim. Os astrólogos dizem que os piscianos são ótimos ouvintes e nisso venho pensando, me recusando a ter que dizer que concordo. Hoje tive mais certeza disso. Acho que existe uma espécie de tatuagem em minha testa, escrito: Oi, sou sua válvula de escape! Só pode! Não vejo outra explicação decente para isso. Sempre fui uma espécie de ombro amigo na vida das pessoas: “encosta a tua cabecinha no meu ombro e chora e conta logo suas mágoas todas para mim”. É meu talento! De garotas a mulheres muito mais maduras, supõe-se pela idade, que eu. De garotos a homens já bem vividos. Da garotinha que se apaixona pela primeira vez, da amiga que traiu o namorado, do cara que tem problemas com mulheres, do que foi traído, do que não consegue parar de usar drogas, do amigo ambicioso e sonhador, da mulher que ainda ama o ex-marido, do marido que não aguenta mais a mulher e pretende divorciar-se! Já ouvi cada relato, uns de mais difícil resolução, outros: puro drama; já me comovi, já fui dura e já não soube o que dizer! Obrigada a quem, de bom grado, empresto meus ouvidos. Ando aprendendo muito com isso. Mas eu também me enrolo e me embaraço e até encontrar o fio da minha meada leva tempo. Saber dizer algo confortante para você não significa que sei de tudo, que me dou bem em tudo. O problema é que as pessoas têm mania de sempre achar e, como se não bastasse somente achar, dizer nossa-como-você-sabe-lidar-tão-bem-com-tudo-isso ou queria-muito-ser-bem-resolvida-como-você! Como assim? Não, eu não sei lidar tão bem com “tudo isso”! E não sou assim tão bem resolvida. E digo mais: não sou uma companhia tão agradável, nem para mim mesma. Tenho dias normais como pessoas normais. Faço dramas, tenho traumas. Acordo de mau-humor, dou risada de besteiras, sou insuportável na TPM. Namoro, tenho amigos (poucos), me divirto, trabalho, estudo e, pasmem, também choro. Às vezes sou uma pessoa estranha e, de vez em quando, alguém terrível.