O certo e o errado. Lá se vão vinte... Marinho Guzman
O certo e o errado.
Lá se vão vinte anos desde o dia que eu entrei pelas portas daquela galeria.
O piso de pedra portuguesa soltava em alguns lugares e elas iam sendo amontoadas nos cantos.
Das quarenta e duas lojas menos de dez estavam montadas com pequenos comércios tocados pelos próprios donos.
Tenho vagas lembranças. Uma imobiliária, duas lanchonetes. Umas seis lojas iluminadas.
Lembro de uma loja de roupas femininas até que bem bacana, uma de artigos náuticos, o Boticário e um café bem muito legal.
Durante a semana só se via gente consumindo no café.
Não estava quente, devia ser o mês de junho e o ambiente parecia abafado.
Em 1.992, vinte anos atrás, começava para mim naquele dia uma grande aventura .
Eu ia dizer que não foram fáceis os primeiros anos. Mas acho que foram ainda mais difíceis os últimos.
Como teria sido diferente se eu tivesse entrado por uma das portas e saído rapidamente...
Certamente toda a minha vida teria sido muito diferente. Ouvi dezenas de vezes que aquilo não iria para frente.
Até hoje eu não sei se naquele dia estava certo, ou fui errado.
Afinal, é fácil dizer que as coisas poderiam ter sido diferentes. Mas a história não se escreve de trás para diante.
Uma coisa é certa. Entre mortos e feridos, salvamo-nos quase todos...
Foi um tempo, quase uma vida, com erros e acertos.
Quase arrisco a dizer, que o certo foi ter errado.