Prólogo Tão perfeito que jamais... Angelo Ferreira
Prólogo
Tão perfeito que jamais saberia conceituar, para ser sincero não ousaria tanto atrevimento, sendo honesto, provavelmente creio que não seria. Sua peculiaridade impede-nos de saber precisamente o que é? Como é? Por que acontece?
Poetas amam como uma força que vem d’alma, um fogo que arde sem se ver, uma ferida que dói e não se sente uma dor que desatina sem doer, silêncio cujo são ditas as mais lindas palavras, uma loucura, mas que a sempre um pouco de razão nessa loucura ou sendo um sentimento tão grande que, porém se contradiz quando cabe no breve espaço de beijar.
Seria um monstro composto de dois indivíduos unidos por uma força tão romanesca e ao mesmo tempo tão patética. No dicionário definido como afeição cujos objetos são: paixão, entusiasmo, cupido’, não que o amor seja um monstro, apesar de muitas vezes parecer, no entanto o amor uniu dois indivíduos, talvez separe, mas não sejamos pessimistas.
Nos dias atuais, meados do século XXI, para muitos, considerarem-se completo dependem de um alguém ao lado, uma metade perfeita, que ria dos seus defeitos de forma carinhosa, o qual compartilhe de mesmos ideais ou totalmente o oposto para os que acreditam na teoria onde os opostos se atraem nessas circunstancias, alguém que diga sem medo o quanto o ama, para ser a mãe ou pai dos seus filhos, enfim, alguém.
É interessante fazer-se a seguinte pergunta, quando nascemos e crescemos já estamos completos? Biologicamente não há como negar, mas e espiritualmente? Aprofundando mais no assunto, chegamos à conclusão de que quando nos damos conta do que é o amor, geralmente por volta dos 15 anos de idade, na adolescência, é que percebemos que está faltando algo, e não sabemos ao certo que coisa é essa, o que realmente falta.
Até que em um belo dia uma simples troca de olhar, muda, faz surgir a tal força que vem d’alma. Tímidos ou surpresos diante tal acontecido, as mãos transpiram, a voz trava, rosto fica avermelhado, as pernas indecisas.
Pronto! Nesse instante descobrimos o que estava faltando e logo a conclusão de que não nascemos completos é confirmada. Não estar ao lado desse alguém se torna algo assustador, nada mais tem sentido a não ser ao lado dele ou dela, e somos em seguida apresentados ao que quem sabe seja a face de monstro do amor, a do sofrimento.
Temos noção agora de que quando concebidos e crescidos podemos nos considerar completos apenas biologicamente, entretanto se tratando de amor, nascemos pela metade e vivemos em busca da metade perfeita, até encontrarmos e sermos felizes para sempre ou mesmo quando couber esse amor, de qualquer jeito será eterno, a definição metalingüística de eterno não cabe a esse sentimento.
Todavia o mais certo a dizer é que ‘cada um sabe (ou aprende) amar a seu modo, o modo pouco importa e o essencial é que saiba amar’, frase Machadiana que melhor encaixa no contexto do jeito de amar, que de estranho não tem nada, cada qual tem o seu.