SEQUENCIAL Por haver já passado o ontem... Naeno Rocha
SEQUENCIAL
Por haver já passado o ontem
E já o veio com um presente
Nada de nada quero trazer ou lembrar
Porque o inexpressível que se chama
Da onda de vento que varreu, bem apagou
Os pontos que formavam outra vida
De uma seqüência de dias e do próprio ainda
Quando andávamos brincando com o começo.
Está lá na extremidade acima
O desatino de nossa sorte
Que não fizemos ou construímos
De forma errada, nos era cobrado
A que fizéssemos certo.
E está lá no fim de baixo
O emaranhado de estopa
E a marca de muitas mãos
Circundadas por outros gestos
A forma de consultar o mundo.
Tudo apenas começou e já somos errantes
No caminho do centro
Longe do que poderíamos
Aprender com as formigas
Atrevendo-nos qualquer direção
Com os alinhavos nas mãos
E um nó de ponto cozendo nossos pés também.