Outra noite Toda as coisas que digo, já... Maycon Raul Hidalgo
Outra noite
Toda as coisas que digo, já não fazem qualquer sentido,
Mas que sentido devem fazer palavras escritas sem nexo?
Escrevo para não me perder entre meus próprios pensamentos,
E explodir minhas angustias, no destino que me espera.
Se o sono demora a chegar, eu escrevo..
Mas se ele chega, sem eu esperar,
Me perdo por entre a noite, esperando que ele se vá,
Para que eu possa ter um bom motivo para voltar a escrever.
Mas pra que ter motivos de escrever,
se tudo que digo não tem motivos?
A compulsão pelas letras já não me cansam,
E a cada união um novo sorriso nasce, como o desabrochar de uma rosa,
Não preciso de rimas, preciso mesmo é de café,
Pois não quero mais dormir, prefiro meu velho caderno e um lápis
À um leve travesseiro, à esse reservo os meus sonhos mal sonhados,
Minhas duvidas e minhas lagrimas,
Já ao meu velho caderno, confio as revoltas, as derrotas e as conquistas,
Os amores e amizades, as histórias, os contos e as piadas.
As verdades e mentiras, contadas nas mesas de bar,
Os finais felizes, infelizes e todas as histórias que não acabaram ainda...
(e talvez nunca acabe)
Entre as palavras ditas e as escritas, tudo pode acontecer,
Mas nada pode se prever...