Percebi que aos 30, alcancei algo que... Karla Tabalipa
Percebi que aos 30, alcancei algo que nunca pensei que conseguiria.
Ser feliz sozinha. Sem condicionar minha felicidade a alguém.
Algumas pessoas olham uma mulher e pensam: não tem namorado, não se realizou ainda.
Pois tem milhares de coisas que eu preciso alcançar pra me sentir uma mulher realizada, mas namorado, acreditem, é uma das últimas necessidades que tenho agora! (Se é que tenho essa necessidade agora.)
Tem gente que vai dizer que isso é papo de mal amada. Pois eu acho que chamar de mal amada, quem consegue ser feliz sozinha é papo de gente que não sabe ser feliz. E ponto.
Colocar a felicidade nas mãos de uma pessoa que pode ir embora, definitivamente, eu não faço mais. Isso se chama maturidade. Me basto pra ser feliz.
Gosto de ver meu filme preferido sozinha, e mais de uma vez! (Com brigadeiro, pipoca e refrigerante, sem ninguém dizendo que vou engordar.)
Ficas horas lendo um livro, ou sair pra caminhar por aí e pensando na (minha) vida.
Sair a noite com a roupa que eu quiser, reagir diante dos amigos da forma que eu quiser, olhar pra todos os lados e parar os olhos em quem eu quiser.
Mas não só isso. Tem algo mais que eu não sei explicar. Talvez porque ainda esteja percebendo a delícia de ser feliz sem depender de.
Aprendi que ‘para sempre’ não existe, e consigo lidar com isso. E aprendi a aceitar o ‘nunca mais’, apesar de saber que essa certeza também ninguém pode ter.
Aprendi a caminhar com calma, sem ir ao encontro de nada, além de mim mesma.
Porque muita gente pensa que felicidade está em algo ou alguém, ou lá no futuro.
Felicidade é agora, agorinha! Por exemplo. Eu estou escrevendo e isso, pra mim, vale mais que terapia. Me traz paz. É um momento feliz. Porque felicidade e paz estão diretamente ligadas. Eu consigo ver a tal felicidade em mim, nas minhas escolhas que não dependem de ninguém pra acontecer. Não preciso de alguém pra me fazer bem, porque eu aprendi a fazer isso sozinha.
E acho que todo mundo tem que buscar isso. Principalmente as mulheres. Acho que fomos criadas pra pensar que, pra ser feliz, a gente tem que encontrar o tal príncipe encantado. E aí, babe, ferrou. Porque (jura?) ele não existe.
Acho o amor lindo. E ainda acredito nele, apesar dos tombos.
Só acho que não fiz a escolha certa e ponto. Mas acredito em homem de caráter sim. E dizer que nenhum homem presta, aí sim, é papinho de mal amada.
Vejo casais felizes, vejo histórias lindas de amor e acredito que quando eu decidir viver uma, ela vai ser bem desse jeitinho.
Com os caras que passaram por mim, aprendi o que eu não quero de uma relação.
E aprendi que ser solteira é lindo sim. E acho que é a real felicidade. A que vem aqui de dentro e ninguém pode levar embora quando cansar de mim.
Me enchi de fé. De boas energias. De amor próprio. Aprendi a querer bem a única pessoa que pode me fazer feliz de verdade e pra sempre: Eu mesma!
Desejo que todo mundo encontre isso, cada um no seu tempo.
E esse texto não era pra ficar poético. Só queria mesmo era falar de amor mais uma vez. E falar do amor próprio, quando ele existe mesmo, é lindo!
Lembrei daquela música: Desejo que você tenha a quem amar...
E você tem! Se ame!