”Queria que você morasse na minha... Gustavo Camargo
”Queria que você morasse na minha rua, em frente a minha casa. Eu fugiria no meio da noite pra te visitar. Jogaria pedrinhas na sua janela, até você acordar e me deixar entrar. Conversariamos e riríamos aos sussuros pra ninguém ouvir, embaixo das cobertas. E eu só iria embora ao amanhecer. Iria pra minha casa, tocaria de roupa e voltaria logo em seguida eu ia pra sua uma meia-hora depois, pra te chamar pra tomar café. Quando te encontrasse diria ”senti tanta saudade” mesmo tendo te visto minutos atrás. Quer dizer, eu sentiria sua falta antes mesmo do beijo de despedida. Nos dias em que eu não fugir pra tua casa, eu te ligaria, só pra não perder o costume de passar a madrugada falando com você. Ás vezes faltaria assunto, nós iamos ficar em silêncio e eu sorriria comigo mesmo tendo a certeza de que eu seria feliz o resto da vida só por ouvir sua respiração. Assistiríamos um filme todo sábado. Um dia no cinema e o outro em casa, como um ritual de casal. Em casa discutiríamos filme todo sobre os personagens e você brigaria comigo por eu dar risada nas partes tristes e assustadoras. No cinema, eu não te deixaria assistir, uma parte do tempo estaria te provocando na outra você estaria brigando comigo por eu jogar pipoca nas pessoas sentadas na frente de nós, e o resto eu passaria te beijando. Nas paredes do meu quarto , teriam fotos suas e fotos nossas espalhadas pelo meu quarto inteiro. A foto de tela do meu celular seria de você sorrindo e meu plano de fundo do computador também. Você diria que aquilo servia pra me fazer não te esquecer, eu pensaria comigo mesmo sobre como você é boba por pensar que eu te esqueceria por um segundo sequer. Um dia talvez até morrariamos juntos. Compráriamos uma secretária eletrônica e discutiríamos sobre quem gravaria a mensagem, no final gravariamos os dois juntos. No meio da gravação, começaríamos a discutir, nossos amigos iriam nos questionar sobre a mensagem e nós apenas riríamos. Tiraríamos um fim de semana pra mudar a cor das paredes, você brigaria comigo o tempo todo tentando me fazer entender que eu não posso pintar as paredes na diagonal, e eu responderia dizendo que a parede é minha portanto faria o que eu quisesse com ela. Você bufaria, comentaria sobre o quanto eu sou insuportável e daria as costas pra mim, eu sorriria e sujaria teu cabelo com tinha, começariamos uma guerra e no final não sobraria tinta o suficiente pra acabar as paredes, áliais, viveríamos em guerra. Guerra de comida, guerra de travesseiro, guerra pra saber quem ama mais, essa última guerra eu não deixaria você ganhar (…)”
Via vontadedonada.tumblr.com