Para o mundo, não acabamos quando... Hilda Gomes Dutra Magalhães
Para o mundo, não acabamos quando morremos, mas quando morre o último dos seres humanos que fizeram parte de nossa vida, levando com eles as derradeiras ressonâncias de nossa existência. Minha tetravó índia, o seu mundo, as pessoas com quem conviveu, os conflitos, os erros e os acertos, tudo: palavras, nomes, grandes atos, mesquinharias, dúvidas, certezas, gargalhadas, o que era importante e o que não era: tudo foi engolido pelo tempo. Resta-nos um enorme espaço amarelado, onde o passado se confunde com a eternidade e o Nada, e de onde surgem, como que por encanto, nossos bisavós, seres meio míticos, meio inteligíveis, representantes de um tempo que não vivemos".
(Corina, 2007)