Pó Nada sei dos tempos idos... Rayme Soares
Pó
Nada sei dos tempos idos
Interrogações por todo “agora”
Mas toda certeza do amanhã
Impulsiona e não me ancora
Era tudo, o ali e lá
Hoje sou o que está
Nesse bojo nem me vejo
Amanhã vou estar mar
Ontem uma nascente insossa e pálida
Um início sem nitidez
A cada hoje do fértil à árida
Retrata minha estupidez
Sei de certo que virá
Meu momento amanhecer
Ontem fui o que nem sei
Hoje entre o ser e o querer
Não vejo dos idos tempos, o saber
Nem, desse momento, o que dizer
Tenho a certeza das dúvidas
Onde mora o que há de ser