A de lembrar dos dias que passamos... Ro L Sil
A de lembrar dos dias que passamos juntos, A de lembrar do por do Sol cujo os raios em seu vestido, refliam o mar vermelho turvo, igual a cor de seus lábios... A de lembrar do meu sorriso adiante, do gosto do meu beijo, a de lembrar.. A de lembrar do toque de minhas mãos sobre seu rosto, tão leve ao tocar-lhe.. Ei de lembrar de sua entrada em minha vida, que devagar chegou e pra sempre ficará..
Ei de lembrar da solidão ao meu lado que tú retirou com sua presença de espírito.. Eis de lembrar que eramos solidão e que agora somos amores. Dois caminhos que se cruzam. Não à de lembrar que existi, porque presente aqui estou, futuro estarei. Não à de chorar nas noites frias em meio ao cômodo opaco pela figura do amante pois, lá estará envolto de ti. Ei de lembrar de ti andando sobre a areia molhada, com ondas sobre o pé e os passaros à clamar-lhe. Ei de lembrar mais de nossos momentos tristes que amorosos, pois ao lembra-los, saberei que ainda te amo.
Andemos juntos sem discurssos, falas, observações, apenas andemos.. andemos sem rumo nos becos da vida.. sem rumo nas noites escuras, por certas ruas quase ermas, sem rumo, sem rumo... Sem rumo em ruas que se alongam como um tedioso argumento, cujo insidioso intento é atrair-te a uma angustiante questão.. Não perguntes: qual ? oh, não perguntes. Apenas andemos sem rumo em nossos corações.. Viciemos em nós mesmos, viciemos em nosso amor, viciemos em nossa paixão.. viciemos em choros... viciemos na emoção.. deixemos de lado a razão.. vivenciemos o amor.. Ai saberás que tem todo o tempo.. Saberás que poderá julgar-me.. Saberás que estou aqui, que aqui estou, e aqui continuarei.. Permanecerei em sua vida, seja na solidão ou na ternura..
Quando o poente chegar, saberás que não tenho todo o tempo.. que não poderei julgar-lhe.. que aqui não estarei, talvez em vida solidão. Impossível exprimir exatamente o que penso, mas se uma lanterna mágica projetasse na tela os nervos em retalhos, teria valido a pena.. Se alguém, ao colocar um travesseiro ou ao tirar seu xale às pressas, e ao voltar em direção à janela, dissesse:" EU TE AMO !! " enfim estaria correto, em absoluto.
E juntos envelhecemos, ah, como envelhecemos. Vestirei brancas calças e pelas praias andarei. Ouvi cantar as sereias, umas para as outras. Não creio que um dia elas cantem para mim. Vi-as cavalgando rumo ao largo, a pentear as brancas crinas das ondas que refluem quando o vento um claro-escuro abre nas águas.
Tardamos nas câmaras do mar junto às ondinas com sua grinalda de algas rubras e castanhas, até sermos acordados por vozes humanas. E nos afogarmos em amor ! TE AMO !