O que seria de nós sem o destino? A que... Mauro Newton
O que seria de nós sem o destino?
A que mais recorreríamos para justificar a nossas derrotas?
Sem a figura do destino, as responsabilidades pelas nossas falhas recairiam sobre nós.
É bem mais fácil ter o destino como argumento, quando buscamos respostas para os fracassos pessoais em nossos projetos.
Se a escola não deu certo: não era para ser, é que seu destino tá em outros projetos;
Se o trabalho não deu certo: O destino tá te reservando coisa melhor;
Se um relacionamento falhou: Simples de explicar, não é para ser, coisas do destino;
Até mesmo um acidente tem no destino suas respostas.
Retirar de nós o destino, seria expor as nossas fraquezas e também o nosso comodismo.
Seria como retirar a nossa muleta.
Sem o destino, não haveria a quem imputar as responsabilidades pelas nossas falhas. Ficaríamos sem opção e teríamos que admitir nossas responsabilidades por conta das nossas escolhas.
A procura de culpados pelas nossas falhas é tarefa necessária para aliviar a nossa consciência.
Considerando que, para todos os efeitos, o destino é o responsável principal pela frustração de nossas metas, estamos consequentemente livres de quaisquer responsabilidades, já que não está ao nosso alcance mudar o destino.
Nada como dormir com uma consciência tranquila. Com a certeza de que fizemos o melhor, mas não deu, paciência...coisas do destino.
Sem o destino as coisas seriam mais difíceis.
Seríamos conscientes, que os acontecimentos são meros reflexos de nossas escolhas.
E que não se pode jogar uma bola verde na parede, esperando que ela volte vermelha.
Sem o destino, como bode expiatório, levaríamos mais a sério as nossas escolhas, já que as consequências dessas escolhas não seriam mais obras do acaso.
Então que fique o destino.
Melhor ele do que eu.