Vitórinha amarelinha toda boba... Layara Sarti

Vitórinha amarelinha toda boba desatina, sorria pelos lados, vinha assim caminhando com teu jeito de menina, espalhava teus encantos por todos os lados, despertava amor em corações solitários, tua fragrância envolvida pelo teu doce de ser pairava no ar. Perdida pelas ruas movimentadas, teus pequenos olhos com uma grossa camada de rímel revelava a esperança caindo pelo olho direito. Ia e vinha, coitadinha, chute pedrinhas, espalhe tua ternura, cante com as árvores, sinta o vento, faça desejos, te querendo Zé, te querendo muito. 1...2...3... O sonho se transformando em um desejo surreal. No cantinho da esquina vinha o "sonho" caminhando a passos largos, era Zé com teu jeito desleixado, com as mãos no bolso vinha assoviando sem preceitos, sem defeitos, tão perfeito. A garotinha desatina cheia de gracinha com um laço bonito no cabelo aperfeiçoando teu rosto angelical mal espiou no cantinho da esquina e teus olhinhos cheios de doçura tornaram-se cada vez mais brilhantes. Vai passo a passo, sem hesitar, sem temer, o coração exaltado, gritando Zé, ecoava pelas paredes internas do teu corpo, indo...indo...indo, 5 passos os separavam, ouvia-se as conversas pretendidas a ser realizadas, o cheiro da primavera a agradava, 4 passos, as mãos suavam frio, um pedido devia ser feito, 3 passos, ajeitava o vestido pela barra, puxava e repuxava, era o nervosismo que a deixava assim, 2 passos, arrumava as madeixas, deixando caída pelos ombros, 1 passo e já estava nas mão dele. Vitórinha desajeitadinha, aquela menina tão tímida sorria bruscamente, sem tirar nem pôr, era Zé, apenas ele.