Imaginário Meu bem, meu bem, Você tem... Daniela Maurano
Imaginário
Meu bem, meu bem,
Você tem que acreditar em mim...
Eu chego a fingir tudo em nome do nada que sou.
Amo calada e sem sofrimento algum.
Guardo em minhas mortes de todos os dias a vida que um dia consegui sonhar.
Mas esse aparente sofrimento é irreal, porque a dor inexiste simultaneamente a presença de sua vida na minha.
A maturidade nos dá condição de maior compreensão.
O amor maduro atende aos chamados dos olhos, das palavras e a boca cala os beijos sonhados, que nunca sequer foram imaginados.
O nervoso do momento do encontro não se dá. É uma calma confortante sem frieza, habitante de meus pensamentos inconstantes nos quais encontro a personificação de minha fé.
Na fé, nos encontramos tal qual duas velhas almas conhecidas.
Possuimos talvez as mesmas crendices... ou anseios.
No que virá sem importar nos com a forma.
No encontro diário, na rotina vazia, o tempo enche-se com sorriso e alegria!
O comum, usual, frugal encontra-se com o lúdico do dia a dia, com a ternura feliz!
Ficam então impregnados o ar, os espaços, a vida, pelo conforto das tais almas velhas e amigas.
Na rotina comungamos com o incomum antigo.
Aguardando... Guardando na naturalidade do lúdico rotineiro o momento de dar-se o direito de sonhar com seus beijos inimagináveis.