Para que foste teu! Ó MAR! Quanto do... Daniela Maurano

Para que foste teu!


Ó MAR!


Quanto do teu sal são lágrimas?
Minhas, suas, humanas e mundanas.


Amores, sonhos, desejos e planos;
Perdidos, refeitos. achados e concretos.


Quanta vida...
Tanta Morte...


Grandeza proporcional a sua imensidão generosa,
Berço confortável de chegadas e partidas,
Recepção do todo e tudo.
Inundação raivosa,
Vazia,
Cheia.


Cessão de espaços,
deixou banhar-se.
Colocou-se abaixo de todas as águas.
Na humildade,
Tornou-se.
Cumpriu-se o mar,
e o império se desfez e o poeta se refez.


Ensina-me o sal o aprendizado de espaços,
Consciência de sonhos reais.
Realidade.
Ceder sorrindo,
Enraivecer-se inundando,
Concretizar sumindo,
Doar recebendo.


O experimento.
Aquele que sente o amargor da perda,
saberá valorizar o doce sabor do ganho.


A Consciência.
Leva-nos livres.


E aquele olhar, humano, diante do milagre do sal,
pode repousar tranquilo ao perigo e ao abismo,
que generosamente nos espelha o céu!