Qual sua fuga para afugentar os... Janaina Cavallin
Qual sua fuga para afugentar os fantasmas que constroem teus medos?
O ser humano vive a busca constante pela felicidade, pelo êxtase, pelo estado mental e corporal onde todos os sentidos sejam contemplados.
Mas a estrada chamada felicidade tem muitos obstáculos. Não é fácil simplesmente acordar, olhar ao redor e dizer ao mundo que se sente pleno. A totalidade do ser caminha rumo aos desvios constantemente. A estrada é sinuosa; nem toda curva sinaliza que logo ali em frente há um buraco chamado tristeza que vai te obrigar a mudar os mapas da jornada.
A questão é escapar da consternação, sem que isso afete o trajeto, o tempo ou a velocidade dos passos na caminhada. Esta fuga é conhecida como válvula de escape. Todos, absolutamente todos tem subterfúgios para suportar o caminho, é isso que faz renovar a esperança diante de cada dificuldade que surge.
Mas as fugas, assim como as dificuldades, não são sempre as mesmas. O que hoje te acalenta, amanhã pode ter perdido seu valor balsâmico.
E cada dia nublado, uma forma de ver o sol é descoberta, ainda que inconscientemente.
E se os fantasmas se afastam, aquela fuga é adicionada a bagagem e o conforto desta é absorvido durante o percurso.
Muitas vezes a fuga é tão somente isso, comer um chocolate para que o sabor do cacau possa retroceder a tristeza, flertar como se um olhar cativante tivesse o poder de repelir a melancolia.
Eu também tenho minhas fugas. Medos e fantasmas que teimam em escurecer minha estrada. Tenho flertado com sombras e encarado mistérios, como se estivesse apaixonada; mas na verdade só quero fugir do que me rouba lágrimas, descobrir um abrigo onde os fantasmas não me alcancem.