Revolução das enxadas Venho da terra... Robenilson Silva
Revolução das enxadas
Venho da terra onde se bebe fel,
Onde se mata o medo no laço.
Não tenho medo de cangaço,
Nem temo infame coronel.
Meu povo é cobra coral
Preparando o bote,
Arruda que dissipa o mal,
Vaca louca protejendo o garrote.
Faca afiada apontada ao agressor.
Vamos, levante e lute! A luta não acabou.
é Preciso matar todo o medo e pudor.
Estratégia de guerra! O dia chegou!
Orquestra de enxadas e foices
Tomando de assalto palco, praças e ruas,
Derrubando paredes, invadindo noites,
Faminta, comendo suas carnes cruas.
O poeta ressurge
Arrombando janelas,
Derrubando portas.
A palavra mata.
Mata, mesmo estando morta!
Não buscamos reformas,
Queremos reconstrução.
Facas, foices, machados na mão!
Acorda, sertão! é A revolução!