O sol já estava queimando sua pele... Bárbara Campos
O sol já estava queimando sua pele clara por volta das três e quarenta. Pensamentos na sua cabeça na mesma velocidade em que disparavam os carros na pressa de chegar em algum lugar. Sem observar ao menos, que o céu estava completamente azul. Para a maioria, - isso seria de mais igual, poucos notara que dias antes só se via chuva e com ela, como tantas vezes, sendo acompanhada pela tristeza.
Parecia um dia tão mais bonito, e talvez fosse mesmo. Pelo menos dentro dela. Seu coração estava pulsando diferente, com mais amor pela vida.
Ana voltando de um dia cheio, olhava para cima e sentia seu sorriso colando no céu das (poucas) estrelas que apareciam com o entardecer.
O ritmo da suas pernas ia de acordo com as musicas que saiam de dentro de sua cabeça, que lembravam bons momentos, saudade e saudade. E cada local detalhadamente visto, aparecia em automático recordações que fazia aqueles olhos sempre secos chorarem. Às vezes só por dentro.
Agoniada com a confusão que as pessoas ditavam, ela decidiu apressar seu passo e deixar de lado um pouco a vista que estava observando.
Chegando em casa conturbada, olhou para a janela e ao sentir o cheiro e o barulho da poluição, fechou os olhos. Ao abrir, Ana que sempre tinha mania de desvendar quais que eram os desenhos das nuvens, avistou um coração… e no mar, a lua cheia brilhava um prateado parecendo um ritmo que, naquele dia, não-saia-da-sua-cabeça.
E assim, aos poucos, ela sabia que a vida e a beleza das pequenas coisas estão sim à vista, poucos podem enxergar, mas existe. E cada vez mais Ana entrava em seu mundo particular e trazia dele toda a sua paz para o lado de fora, mesmo que a retribuição desse mundo que pede pressa fosse jogando tudo isso fora.