No final, sempre no final, o que sobra... Joice Soares
No final, sempre no final, o que sobra é aquela sensação de impotência por não poder fazer mais nada, não por não querer, mas por não ter mesmo o que fazer; por não restar nada que não já o tenha feito. Porque no final, sempre no final, aquele que vai além; aquele que procura; que vai atrás é sensível, é fraco, é bobo. Ninguém quer se sentir fracassado; ninguém quer se sentir tolo, mas é assim que as pessoas, no final, sempre no final, irá te ver. Um tolo, bobo; um fraco. Mas sei bem que nada disso fui. Contrapondo tudo, eu fui forte. Você é dessas que se acha em qualquer esquina? - Não. Então não foi fácil. Foi difícil, foi árduo, foi complexo, foi cansativo, mas eu resistir; eu busquei, eu briguei. Então, eu fui forte. E ainda sou porque eu gosto do complicado, do que é difícil de obter, do confuso. Sou um aventureiro, mas tinha que doer tanto? Errar uma vez é humano, mas errar duas vezes também é. Pensei, - a gente não pode deixar de ser humano porque errou mais de uma vez, ou então seria o fim da humanidade.