A dádiva da vida o permitiu lutar até... Renata Alves

A dádiva da vida o permitiu lutar até o fim, o oxigênio já lhe era escasso, os movimentos já eram poucos, as palavras eram mantidas no silencio e às poucas que eram ditas, comoviam.


A compra de um livro nem sempre induz a uma leitura imediata. Foi isso que ocorreu, no final do ano passado comprei alguns livros, entre eles um que não me chamou muita atenção, mas enfim acabei comprando pela curiosidade de saber mais acerca do assunto, o livro nada mais é que “A sucessão no Vaticano – Os bastidores da morte de João Paulo II e a eleição de Bento XVI, por Wellington Miareli Mesquita”
Você deve estar imaginando, - Lá vem uma ladainha religiosa. Não caro leitor, lá vem... Mas é uma constatação, logo no inicio da leitura do livro, encontro o jogo de poder existente dentro da igreja católica (não somente nela, existente em qualquer religião, ou conjunto de pessoas). Não pense também que estou questionando religiões, sendo descrente, pelo contrário. É exatamente o crer em Deus que amplia minha visão para enxergar além.
O Papa João Paulo II um servo de Deus, que semeou o bem, sofreu durante anos, e ainda em seu leito de morte agonizou até o fim. E mesmo nesse estado se preocupou com a nação. Um homem santo, por que tanta dor? Onde estava sua fé? Onde estava o Deus que ele dizia acreditar?
Não é simples, no entanto fácil de entender, crer, ter fé. Não significa esperar a ausência de dor. Dos momentos de dor nenhum ser está livre. Sem a dor o individuo não valorizaria os instantes bons. Evidenciamos o equilíbrio, como se estivéssemos mantidos sobre uma linha, nem sempre reta, fixa ao chão. De um lado o bem do outro o mal, ao meio a fé erguida por 50% de bem e outros 50% de mal.
Quanta pouca fé existe em tantas teorias, quantas palavras vazias! Essa frase faz parte do contexto do livro dita há alguns anos atrás pelo cardial alemã Joseph Ratzinger, isso torna a frase futurista ou estamos regredindo?
Talvez a ignorância contida na humanidade do século aprisione a sabedoria. Sábios foram homens considerados loucos que usaram suas idéias para revolucionar gerações.

Acredito que independente de crença, respeitar quem espalhou bondade, lutou pela pacificação e viu em jovens a alma das nações, é o mínimo que pode ser feito.