O café do terreiro pela manhã cheirava... Thalita Tomé
O café do terreiro pela manhã cheirava a canela, e o vento que batia em meu rosto só conseguia chacoalhar uma folha da bananeira que estava acima de mim, e parecia-me uma mão dando aquele tchau triste quando alguém parte.
Ainda não sei se existe de fato a partida. Prefiro não saber.
Vivo me perguntando como conseguirei pôr para fora a explosão complexa de sentimentos ilógicos que se expande dentro de mim com a velocidade da luz.
Mas logo esqueço, passa. As felicidades do dia a dia me dão a ilusão de que tudo está como deveria estar, a ilusão de que por mais imperfeito o erro ainda assim haveria conserto.
Quando esqueço a dor fica como se eu o houvesse esquecido também, mas no contexto esquecê-lo é como esquecer a mim, e só me lembro de tudo que é bom, do que foi bom, e penso que o perdão já foi concedido, mas não.
Assim como vivo ele, acredito que o contrário era pra ser feito, não necessariamente, não como um forma de cobrança, somente naquele inconsciente chato que pensa que tudo sabe e me faz ser esse ser insensato vez em quando.
No fim te amo, e tudo gira em torno desse simples sentimento que confunde o que eu sou com o que quero ser pra você.