Devolvo-te. Temperaturas extremas, eu... Daisy Xavier
Devolvo-te.
Temperaturas extremas, eu quente, tão ardente....
Não consegui aquecer, teu frio tão indiferente.
Devolvo-te os abraços, chegaram por cá tão gélidos
nem sequer me tocaram.
Devolvo-te os sonhos, tão calculados e poupados,
chegaram apenas pálidos.
Devolvo-te teus perfumes
tão guardados sem fetiches,
que evaporaram no ar.
Devolvo-te os beijos
tão ponderados e medidos,
chegaram sem paladar.
Devolvo-te os carinhos,
tão emaranhados,
chegaram sem provocar.
Devolvo-te o passe de vida
... á passos tão miúdos,
jamais sentiria o meu chão.
Devolvo-te o teu amor,
talvez passe...
num controle de qualidade
ou mesmo num laboratório,
e saia mais apurado.
Meu amor? Vou levando...
não, consegui arrrancá-lo esse tolo coração.
Daisy Jael.