Outra vez te revejo tormenta entranhado... Claudia Perotti
outra vez te revejo tormenta
entranhado nos recônditos do meu cansaço
e nesse tédio fastiento
aguardo naufrágio certo desse amor outrora sonhado
não compreendo esses intervalos indefinidos
que parte a alma minha inquieta em pedaços
deixo ruir então sem esforço algum
os sentimentos agora calados
a noite recolhe as lágrimas rendilhadas
que umedecem os olhos meus desamparados
ofereço-me treva na dor da sombria madrugada
um choro infindo gemente e desesperado
na fronte minha difusa liquida descabelada
sou sombra na escuridão da tua ausência
perco-me toda em lamento, desassossego e angústia
estremeço a turbulência de uma mágoa soluçada
Bebo o cálice da eterna solidão
E caio morta por dentro no pesado frio dos mares de sonho
Destrono-te das vagas espumantes do meu coração
E sigo quieta vazia incompleta