Eu passei a minha vida inteira sabendo... Luana Rodrigues.
Eu passei a minha vida inteira sabendo fazer coisas desnecessárias. Eu passei metade do meu tempo preocupada mais com as características do que com os valores de verdade. Eu tive amigos propensos a me deixarem assim do nada, com um simples bilhete colado na porta da geladeira com um recado pequeno, mas que foi direto ao assunto -me cansei já desse seu papo. Vou ir embora procurar alguém que tenha bom gosto, e que não reclame da maioria das coisas, vou ter amigos agora que tenham pelo menos um sorriso estampado na cara, vou procurar alguém que já amou e que me entende quando eu falo, tchau, fique com deus, e que ele bote um pouco de juízo nessa tua cabeça.- Mas quem disse que eu não entendo, eu só não dou minha opinião, eu só falo o necessário, vê se entende. Essa palavra me soa como algo de muito valor, algo altamente inofensivo, porém qualificante. É uma palavra que poderia definir todas as outras, não é verbo, não tem conjugação, ela só tem significado.
Passei as horas em que não tinha nada pra fazer dormindo, na verdade já foi alguma coisa, porém deixei de fazer outras coisas por causa desse maldito sono. As vezes um pouco de vagabundagem é menos tolerante que um copo de leite oferecido a uma pessoa que mora nas ruas, apesar que isso é tolerante sim, e necessário.
Sem contar nesses dias podres que tem feito ultimamente. Não chove direito, não faz sol direito, é tudo incompleto. O mundo e o tempo também são indecisos, vimemos em um planetário mais perdido que uma alma desencarnada que cometeu suicídio. Mas se é uma coisa morta, não pensa, não reflete. Por que então esse tempo haveria de ser tão indeciso. Por que ele não se decide. Entenda que a minha pergunta não está com um ponto no final da frase, mas não é um porém, eu escrevi certo, não?
As vezes quando o sol está quase de pondo, eu sinto falta dos beijos na minha testa e do leite quente que minha mãe fazia antes de eu dormir. Quando ouço meu cachorro latir, quando ouço a voz de algum coleguinha de infância. Eu sinto uma estranha vontade de voltar no tempo e fazer tudo diferente, mudar um pouco das coisas, deixar que elas fossem de um jeito mais leve, menos complicadas e mais humanas, eu fantasiava demais tudo que via. Mas olha só como estou hoje, não fantasio nada, só acredito no que vejo. Isso é um pouco de ignorância da minha parte achar que não há nada além disso tudo, nada por trás desse mistério todo da existência humana. A humanidade é feita de camadas, na minha opinião, no meu ponto de vista, pense comigo. Cada pessoa é feita pra ter um par, e esse tal par pode ser qualquer um, ninguém vai ficar sozinha ao menos que queira, tem gente pra todo mundo. Mas não me entenda mau, meu bem. Tem gente pra todo mundo sim, mas amor não tem pra ninguém. Camadas nessa vida que me deixam infinitamente dispersa, tal como tudo que se há em volta de ti agora. Camadas talvez não seja o termo certo, talvez o nome disso, o nome certo que deveríamos pronunciar mais, é coincidência.
E quando você conhece alguém que te fez um bem danado, ou quando você lê um texto que se identificou ao máximo com as palavras bem elaboradas do autor, sentindo vontade de conhecer e de ter contato com essa pessoa rica em conhecimentos, e proporcionalmente interessante, e o mais legal é que essa pessoa além de ser interessante, ela é inteligentíssima.
Daí, vem aquela sua vontade de manter contado, e saber mais coisas, e ler mais coisas. Isso já pode se conciderar inteligente da sua parte. E quando gostam de um texto narrado em primeira pessoa, ou quando julgam um livro pela capa. As vezes as camadas mais interessantes dessa vida, é a da bola de um sorvete. Ou não, talvez esse assunto seja muito complexo pra sua capacidade mental de absorver conhecimentos e lembrar depois, ou você poderia ser uma criança em busca de um milagre que te face gostar de acordar cedo de manhã.
E quando é bem de manhã e você com a sua rotina super adulta de levantar cedo e ir caminhar na beira mar, e a sua ansiedade de ver aquele café esfriando e a vontade tomar tudo logo de uma vez. Mas minha flor, tenho uma ótima notícia, essa notícia é meio boba, nem tem nenhuma utilidade mas...Café não tira o sono, confie no que eu digo e bote fé nisso, é o seu subconsciente que faz você perder o sono pois você acredita nesse mito. Vê que faz sentido.
Meu bem, não fique olhando o dia inteiro para as paredes, logo você vai criando uma certa afinidade com elas, e daí passa a ter conversas longas com a parede, daí já é tarde demais para você se dar conta de que está louca. Faça algo de útil, durma, o tempo passa mais rápido. Mas na verdade dormir muito também não seria uma boa ideia já que dormir dá sono. Como assim? Você dorme demais e aquele tempo enorme em que esteve dormindo sugou toda a sua energia, em vês de recarrega-las, não, ele sugou sua energias normais que se deve ter para um dia inteiro, ou seja, você gastou todas as suas energias dormindo.
E quando a gente gosta de alguém que está muito longe. Quando a gente ama alguém que é aparentemente inalcançável. Aparentemente inalcançável por quê? Porque tu é capaz de ficar com essa tal pessoa sim, você é demais, você pode tudo, corra atrás do seus sonhos. Lembrando que pra mim falar é fácil, mas eu mesma não corro atrás de nada, não sou exemplo pra nada. Eu só escrevo bobagens. Voltando ao assunto de amar alguém. E quando você perde totalmente o rumo das palavras e não consegue escrever mais nada, isso já aconteceu com você? Pois é, isso acaba de ser relatado. Eu perdi o rumo, mas quer saber, eu gosto de ir assim sem fronteiras, eu gosto de ir sem saber o que me espera. Eu gosto de arriscar desconhecendo o perigo. Enfim, seja alguém próximo ao que você sonhou que seria quando era criança, queria ser o batman? Então seja um super herói e ajude uma criança de rua, ou ajude em uma instituição de caridade. Sei lá, mas faça alguma coisa. Abra sua mente para novas perspectivas.