"O que me entristece todos os dias... Camila Siqueira
"O que me entristece todos os dias ao acordar, é saber que o mundo é grande demais pra uma vida degenerativamente curta. Não consegui até hoje, entender essa lógica de Deus! Mas fico completamente agradecida e feliz com Ele, por ter me feito enxergar bem cedo, a necessidade de se correr contra o tempo! E o quão é gostoso e prazeroso fazer isso! Descobrir que o mundo é grande tão cedo e todo seu! Não sou uma pessoa viajada, conhecedora de culturas, de clima e vegetação e nem de bons vinhos. Muito menos sei jogar tênis ou xadrez! Não conheci um décimo das pessoas e dos lugares que quero conhecer. Mas, com o pouco que eu tive, me impressionei, sonhei, chorei, experienciei e vivi! Sem demasias, hoje eu sei que o mundo é grande! Não que eu não soubesse disso. Eu já sabia! Afinal, quem não sabe disso? Um menino de 7 anos de idade sabe disso! A primeira coisa que lhe é apresentado quando entra na escola é o mapa mundi, com seus milhões de países e cidades, estados e municípios! Ele não precisa saber muito, ou ser um gênio para perceber que o mundo é grande.
Sabe o que faz a diferença? Você sair de casa sabendo que o mundo é grande, mas você voltar tendo a certeza disso! E essa certeza faz toda a diferença. Sempre gostei de um texto de Amyr Klink que diz que “um homem precisa viajar. Por sua conta, não só por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. "
Admito que, em vários momentos de viagens fascinantes da minha vida, pela minha imaturidade de "menina mulher" de ainda 22 anos, sua beleza e grandeza me passou despercebida! Não por não enxergar, mas por não sentir. Não por não perceber aquela beleza, mas por não entende-la! As vezes por falta de sensibilidade ou pelo estágio de vida onde me encontrava naquele momento! Fui insensível e cega! Talvez daqui a alguns anos eu consiga chegar a sentir ou a entender a beleza merecedora daquele lugar, daqueles lugares... Me emburreço um pouco com isso, queria sentir tudo naquele momento! Queria poder viver tudo, em todos os ângulos, em todos os aspectos e em todos os estágios! Estar ali, e conseguir sentir o lugar como um poeta, como uma mulher, como um homem, como uma menina, como uma criança... Essa é a verdadeira beleza das coisas! Não precisei de muito tempo pra descobrir isso, confesso! Não por ser esperta demais, ou inteligente demais não, mas por ter vivido momentos em minha vida que como diria Jucelino, 50 anos em 5!"