Ela não compreendeu o meu amor, há... Wilton Lazarotto
Ela não compreendeu o meu amor, há forma com que dei a ela o mais valioso bem que possuía, o meu coração. Amo-a de uma forma que ecoará pela eternidade, lapidado ao som do vento até aonde ele alcançar. Fazia um mês, exatamente um mês, que não se viam e ele buscando cumprir a promessa de sempre lhe amar ligou-lhe.
O telefone que sobre o criado-mudo ao lado da cama dela estava, tocou. Ela deitada, pegou-o, ao notar quem era resolveu atender:
- O que você quer?
- Dizer que te amo!
Uma pausa de silêncio, onde o rapaz esperava ansioso as suas palavras, quando ela comentou:
- Só isso?
Sua resposta, em um tom sarcástico, seguido do fim da chamada. Ela desligou. Passou mais um mês, exatamente no minuto que completaria dois meses ele telefonou. O celular dela estava em sua bolsa e chamou quando ela estava entrando em uma festa. Ela viu que era ele, não atendeu, não queria estragar sua alegria.
Ele sentou em sua cama recordou do tempo juntos (...) do momento que viram o filme do Shrek e carinhosamente apelidou-a de Fiona... Esperou até as seis da manhã momento que ela sempre deixava as festas e depois de horas de lembranças, lágrimas e desespero retornou a ligar.
Ela que deixava a festa notou o telefone tocando e vendo que era ele resolveu atender para ele parar de incomodá-la:
- O que você quer?
Ele fechou seus olhos e no profundo do seu coração guardou aquelas palavras, sua voz lhe trouxe de volta o sorriso e a alegria, assim respondeu:
- Queria dizer que ainda te amo! Que perdoaria tudo o que aconteceu, que não está claro...
Ela o interrompe e diz:
- Para! Você não entende?
- O quê?
- Já tenho outro homem em minha vida! Me esquece...
Ela afastou o celular do seu ouvido com a intensão de desliga-lo quando ele comentou:
- Mas nenhum homem neste mundo conseguirá te amar como eu amo você. E ninguém estará disposto a fazer tantas coisas por você quanto estou...
Suas palavras perderam-se no silêncio até que ela desligou. Estava sendo difícil o seu coração o machucava todos os dias com as lembranças dela. Musica que ouvisse trazia ela a sua mente, andar de carro e olhar o banco ao seu lado vazio afogava seus olhos em lágrimas, filmes? Jamais! Morreria chorando.
Não aguentou, um mês esperar para retornar é muito tempo, uma semana depois voltou a ligar.
- Sim. – Respondeu ela.
- Eu te amo!
- Para com isso, me esquece!
- Não posso lembra que prometi que ia te amar para sempre.
Ela fez uma pausa de silêncio e o som dela engolindo a sua saliva grunhiu no celular e em seguida suas palavras.
- Você não confiou em mim, não foi comigo naquela festa no único dia que realmente queria que estivesse comigo, para mostrar quem estava ao meu lado...
Suas palavras eram gritadas ao telefone, sua ira, fúria e raiva envolveram-se a uma só e continuou:
- Você foi egoísta só pensou em você...
- Nunca lhe disse um não! E não fui egoísta, pois fiz tudo por você!
- Porque não veio comigo aquele dia?
Ele fechou os olhos e lembrou das palavras do seu pai “Filho se não estiver muito ocupado amanhã (domingo), poderia me ajudar a arrumar a churrasqueira? Já não sou mais tão jovem e sozinho não consigo, gostaria muito de fazer um jantar surpresa de aniversario para sua namorada e a família dela...Sei que não temos muito, mas vai ser para agradecer por ela te fazer tão feliz”
As lágrimas escorreram pelo seu rosto e perderam-se caindo ao chão, respirou fundo e comentou:
- Tive que ajudar meu pai.
- Viu, você não pensou em mim, só pensou em você e naquele velho acabado e ranzinza.
As lágrimas em seus olhos jorravam e escorriam em seu rosto, com os olhos fechados lembrava-se do seu pai e do sorriso dele quando acabaram a churrasqueira...
- Você nunca cumpriu uma promessa, lembra você disse que sempre ia pensar em mim, fazer as coisas por mim? Esquece-me!
Tuh... Tuh... Tuh...
Ela desligou... A dor no coração tornou-se insuportável. – Ter amado ela desta maneira foi um erro, um grande erro. Amei tanto que nem mesmo consegui fazer ela feliz...
Um mês se passou e ele chorou, pegou o telefone milhares de vezes para ligar, mas não teve coragem. Mas dois meses depois resolveu ligar para ela, pois já estava um pouco melhor. O telefone chamou, chamou e caiu na caixa postal. Ela não o atendia mais.
Nove meses se passaram e ele voltou a ligar para ela:
- O que você quer? Achei que tinha atendido o meu pedido de me esquecer.
- Vou esquecer você apenas se eu morrer.
- Então morra!
Ela desligou novamente o telefone deixando-o novamente desiludido... Os piores dias de sua vida, os momentos felizes? Apenas de quando recordava dela... Até que completou-se um ano, e naquela manhã ensolarada de domingo ele voltou a ligar para ela:
- Sim?
- Eu te amo!
- De novo você? Juro que pensei que tinha realmente me esquecido!
- Sim, esqueci você, mas não deixei de te amar...
- O quê?
Ele desligou o telefone...
Ela ficava recordando de quando ele surpreendentemente ligava para ela, apesar de não gostar mais dele, ela esperava por suas ligações, pelas belas palavras que dizia para ela. Sua breve tentativa em namorar outro rapaz, se perdeu em uma traição que acabou com a sua reputação de menina popular...
Sabendo que tinha um homem incrível que lhe amava, decidiu ir procurá-lo para pedir desculpas e tentar voltar com ele. E assim partiu para a casa dele. Ao chegar à mãe dele abre a porta e ela ao vê-la começa a chorar. A ex estremecida com um aperto em seu coração diz:
- O que aconteceu?
- Então você não soube?
Uma pausa de sofrimento daquela mãe se alojou em seu coração, mas superando as lembranças disse:
- Ouvi da cozinha o som do celular que caiu ao chão... O som da cadeira caindo e de algo se esticando, o som de uma corda, que ecoara para sempre dentro daquele quarto.
Lágrimas corriam do rosto da mãe, mas o desespero se alojou no coração da ex, que em soluços ouviu o restante da historia...
- Uma mãe encontrando o filho enforcado em seu quarto e uma carta sobre a cama destinada a sua ex-namorada...
A senhora entrou para a cozinha e trouxe um envelope que continha a escrita “ai love you Fiona” entregou a ela e fechou a porta. A menina parada diante da casa chorava, compreendia que a ultima ligação era a despedida para cumprir a sua ultima promessa...
Ela abriu o envelope...
Eu sei que para você nunca cumpri as promessas que disse, mas saiba que fiz todas. Quando mandei as flores ao seu trabalho, cumpri a promessa de mostrar a todos o valor que tinha para o meu coração. No dia que dei-lhe aquele ursinho, entreguei junto dele o meu coração os dois bens mais valiosos para você porque confiava em ti... As mensagens todas as manhãs dizendo que te amava e queria te alegrar logo cedo, era uma forma infantil, mas apaixonada de provar que a cada amanhecer eu te amava mais e lembrando de você ao acordar tinha um dia muito feliz e alegre... E perdoe-me, perdoe-me mesmo por aquele domingo de manhã que não sai com você, estava a ajudar aquele velho ranzinza e acabado a reconstruir a churrasqueira, pois ele queria oferecer um jantar a você pelo aniversario e agradecer por me fazer tão feliz... Ou seja, jamais descumpri uma promessa, como você queria que eu te esquecesse cumprirei a ultima e mais dura das promessas... morrer!
Essas palavras mataram-na, pois ela amanheceu enforcada em seu quarto e no seu celular uma chamada, uma chamada em vão tentando ligar para ele... Mas já era tarde, esse telefonema hoje não faz diferença, mas no passado... Faria toda a diferença...