Visita à Aparecida Seria muito clichê... Amanda Lemos

Visita à Aparecida





Seria muito clichê se começasse a discutir fé, ou simplista demais se houvesse como temática a religião.
Creio que é algo muito individual e por ser tal não me permito a aprofundar-me sob tais assuntos sob pena de talvez ofender, descriminar, ou recriminar, mesmo não sendo esta a intenção.


Devo, é claro, pedir desculpas por minha inútil ausência no Blog e demora para postar algo novo, mas aposto que tenho uma desculpa esfarrapada, porém, um pouco nobre e quem dirá legitima.



Estava viajando.
Sim, enfrentando horas e mais horas de viagem, vendo paisagens que já embaçavam minhas sutis lentes de contato, apreciando os gostos culinários dos mais diversos, e conhecendo sotaques tão distintos do meu que confesso ter extrapolado poucas vezes em um entendimento vil.



Estava em estadia no município de Aparecida, estado de São Paulo, é claro que antes de chegar ao destino fizemos algumas paradas para visitar lugares pouco conhecidos por nós, acompanhantes desta excursão.


Durante esses quase cinco dias de pousada na cidade tive , pela segunda vez, pois já havia visitado-a antes, embora, faça muitos anos, a oportunidade de apreciar uma fé que move montanhas e vira as calçadas desta Aparecida, que antes para mim, parecia muito mais fria, chegando a ser estonteante, do que desta última vez.


E se não é para tanto, move milhares de fundos bancários e ofertas de romeiros e, visitantes deste Brasil inteiro, e quem dirá de fora, para ofertar a “Basílica Nova”.

Que de tanto luxo, grandeza e por si só excelência, ofuscou meus olhos ainda um pouco chocados por talvez o que eu chamaria de fé comprada, e se não for o caso, inventada ou adquirida com o tempo.

De tanta sumptuosidade me fez crer que embora um cidadão não tenha se quer dinheiro para colocar algum pão na mesa, ao menos tem para ofertar nas esplendorosas, e rápidas missas do santuário de Nossa Senhora Aparecida, estas que não duram mais que cinquenta minutos, salvo exceções especiais.
Isso se deve ao fato das diversas a serem realizadas a risca no mesmo dia.
Além, é claro, destaca-se as centenas de doações, indiferente da quantia, pelos cadastros que podem ser aceitos por qualquer parte do Brasil.


Não julgo essas milhares de pessoas que por dia pisam nessas variadas subidas e escadarias deste porto nacional de fé, até porque me emocionei muito em meio a reflexões durante a via sacra, e não proclamaria tal heresia em algo que até já foi visitado e algumas missas celebradas pelo Papa Bento XVI em visita ao Brasil, iniciada em nove de maio de 2007.



A suntuosidade do local é óbvia,
O magnífico santíssimo é épico, o santuário é coberto de pompas, sem ao menos chance de definição menos merecedora.



É uma fé que arrasta milhares de pessoas em busca de pagar promessas, fazer pedidos, curar seus doentes, pedir bênçãos por suas famílias e orar fervorosamente.




Uma história que inicia-se desde 1717 pelas diversas e infrutíferas tentativas de redes lançadas nas águas até o Porto do Itaguaçu para atender com um bom pescado a estadia em Vila Rica do Conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, por pescadores até 12 de outubro.
Já um destes pescadores dentre Domingos e Filipe Pedroso,
João Alves, após tentativas vãs, decide por lançar, sem esperança, novamente a rede nas águas apanhando o corpo de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. E em uma outra tentativa apanha-se a cabeça da imagem, envolve-se em um lençol e daí em diante os peixes chegaram a “fuzél” para estes três pescadores.


A partir daí a devoção cresceu e dissipou-se rapidamente, explicitando a fonte de poderes miraculosos da santa e arrastando multidões de fiéis consigo que, fervorosos rezam por curas, milagres, salvações, e perdão eterno.
Tornando-se , de fato, a Nossa Senhora Aparecida, a padroeira dos católicos no Brasil.







É limitante defender apenas o ponto de vista católico, mas devo ressaltar que minha viagem foi para este destino, ponto forte desta religião.


Entretanto, não me reprimo em conhecer as outras diversas que , embora poucas vezes, já tive algumas oportunidades de conhecer um pouco mais , tais como: Judaísmo, espiritismo, Igreja Batista e a Evangélica.
Além de outras, é claro,
No entanto, estas foram as quais que pude ter maior contato e reconhecimento.


Seria novamente piegas se pregasse lições de moral democráticas e anti -preconceituosas para que não houvesse descriminação alguma sequer por parte das religiões, ou por parte que for.
É óbvio.
E informação para isto não falta, creio que a ausência está em bom senso e respeito, embora haja informação de mais, há consciência de menos.




Sejam estes católicos, evangélicos, judeus, islâmicos..., o que forem, as discussões religiosas ultrapassam muita mais do que estas pobres linhas, e infelizmente, quando se trata de crer na fé ou não, de admirar apenas uma imagem , pregar ritos, credos e crenças das mais diversas,..;
Trata-se sobretudo de antes adquirir-se conhecimento a respeito para não termos motivos estúpidos de se fazermos de leigos e julgarmos aquilo que mal conhecemos.



Meu foco aqui foi retratar uma estadia rápida no município de Aparecida, sede da Basílica velha e nova, e enfatizar aqueles que se dizem fiéis , mas que na verdade não passam de cegos e pobres de espíritos que creem erroneamente em um perdão através das milhares de ofertas prestadas ou indulgências compradas, como se retornássemos a era medieval e o “céu” fosse vendido a um preço tabelado,
se é que de fato que ele existe.;


Seja como for, informação é essencial e indispensável.
E não é a toa que pronunciamos regularmente o dito popular, afinal de contas, e obviamente,
“ Respeito é bom e todo mundo gosta.”