Perto dos 30, a gente lembra que os... Gigisac
Perto dos 30, a gente lembra que os planos feitos aos 20, para os 30, não passavam de ilusão; que pouca coisa foi concretizada e que há muito ainda por vir.
Que com 30, muita coisa muda, mas nem tanto como se imaginava naquela época.
Perto dos 30, você vê outra pessoa no espelho e percebe que muita gente prefere continuar igual.
Perto dos 30, a gente lembra de quem era com 20 e tem certeza que aquela época era outra vida; que as lembranças são tão distantes ao ponto de achar que aquela era outra pessoa no nosso lugar.
Perto dos 30, bate uma certa melancolia de lembrar que o tempo está passando e que a juventude que a gente tinha não foi tão curtida como a gente curtiria se tivesse 30.
Perto dos 30, a gente lembra da imaturidade de quando não via a família que a gente tem com os olhos de “quase 30”; a gente entende melhor a preocupação dos nossos pais de quando a gente tinha menos de 20.
Perto dos 30, a gente tem certeza de que todas as certezas que sempre tivemos, com menos de 30, foram perda de tempo, já que nada vida é tão bem escrito como no nosso script de uma vida até os “quase 30”.
Perto dos 30, a gente vê que a celulite existe e persiste e que um quadradinho da barra de chocolate se manifesta com mais ênfase do que até os “quase 30”, quando a gente comia a barra inteira, sem nem quase sentir o gosto. A gente se dedica mais ao culto do corpo e percebe que tomou sol demais na vida! E a gente sente o sabor do quadradinho que não sentia até os “quase 30”.
Perto dos 30, a gente está mais espiritualizada e percebe que viver só no mundo, é viver sem rumo, uma vida de mentira. A gente se dedica ao próximo com a ânsia que deveria ter tido até os “quase 30”, porque agora a gente sabe que o mundo não irá mudar com os nossos queixumes ocos de ação.
Perto dos 30, o lado de fora é só “um lado de fora”; mas o lado de dentro, que a gente não entendia nada, é TUDO!
Perto dos 30, a gente se dedica muito, a gente ama direito, a gente respira profundo, a gente dorme menos ... a gente venera os pais que a gente só amava, até os “quase 30”.
Perto dos 30, os namorados dos anos que passaram vão pro mesmo pacote e quase viram a mesma pessoa, pois as histórias quase se misturam, já que a gente vê que o papel é simples, além de ser o mesmo. A gente não espera demais, não se ilude demais, não idolatra demais, não deposita demais.
Perto dos 30, a gente se descobre demais, se curte demais, se ama demais, se cuida muito mais, se admira demais ... está inteira demais, plena demais!
Perto dos 30, a gente vê o quanto eles são imaturos demais e sente o cansaço de ter gasto tanta energia querendo encontrar o impossível ...
Porquê perto dos 30 a gente percebe que TUDO que a gente sempre precisou estava, o tempo todo, dentro da gente!!
Eu ... perto dos 30!