Tenho pessoas que gostam de mim, outras... Gigisac
Tenho pessoas que gostam de mim, outras me adoram, algumas idolatram, outras
tantas não gostam e muitas odeiam.
Pensando bem, isso é muito comum entre pessoas que lutam para sair da
estagnação moral, intelectual, emocional e espiritual. Ao contrário do que
muitos dizem (os dois últimos grupos listados acima), não se trata de
comportamento instável devido à falta de firmeza ética ou inverdade nos atos;
ou ainda, falsidade, falta de personalidade, ... (e por aí, vai!).
A definição é única: "a eterna e incessante busca por ser alguém melhor
para mim e, consequentemente, para o mundo".
Esses dias ouvi meu pai dizer que sou maluca. Não foi um "maluca"
de brincadeira, ele realmente quis dizer "não dá pra saber que tipo de
reação vc terá diante de alguns acontecimentos".
Aí fiquei um tanto preocupada, já que veio do meu pai a definição! Ele me
'frequenta' a 31 anos, mas certamente não me conhece de mesmo tempo.
Não há nada assustador nisso, já que nem nós nos conhecemos por completo!
Hipocrisia querer o contrário, se, em muitas ocasiões nos assustamos com
atitudes e pensamentos nossos ! ... ou seja, se cada um de nós vive conosco a
vida inteira e nos surpreendemos conosco, não seria superficial demais querer
encher a boca para dizer “fulaaaaaaaano me conhece” ??!
Eu não encho a boca pra isso, nem para “eeeeeeu conheço fulano como a palma
da minha mão!”. Deus me livre!! Dizer isso é declarar, em público, que eu
e/ou fulano
somos pessoas absolutamente preguiçosas, estagnadas, limitadas e burras!
Preguiçosas porque não corremos atrás de nossa melhoria interior; estagnadas
porque nos acomodamos com o pouco que conseguimos nisso; limitadas porque não
desenvolvemos nosso intelecto para tal melhoria, deixando-o atrofiar; e burras
porque com isso, não percebemos que paramos no tempo, num tempo que é só nosso
e que tinha que andar.
Se ‘vivemos’, o fazemos para chegar a algum objetivo. Mesmo os ‘perdidos da
vida’, que não se questionam ‘
o que estão
fazendo aqui (na Terra)’, devem ter observado que todo mundo corre atrás de
alguma coisa conhecida ou desconhecida; cada qual com seu objetivo, material ou
espiritual. Então, se alguém verdadeiramente nos conhece, é um sinal declarado
de que somos a mesma pessoa há décadas, e isso significa perda de tempo vital!
Meu pai não me conhece (e espero que nunca chegue lá!), pelo simples fato de
que sou, cada dia, outra pessoa. A atitude que eu tinha não é mais a mesma que
terei. Se é certo ou errado, não sei, mas foi a escolha que EU
fiz para a minha vida. Escolhi viver para lutar pelo meu amadurecimento
diário, superar minhas expectativas, sobrepor-me aos meus limites, enfrentar meus
fantasmas internos, melhorar minhas atitudes sem adiar ou temer
mudanças drásticas e mal-interpretadas pelo outro. Quem age com esse objetivo
sempre será mal visto pois vive apoiado em uma palavra assustadora para quem
busca o auto-aperfeiçoamento: URGÊNCIA!
Crescer com urgência é redimir-se na hora exata do ‘estalo’ interior e isso
significa
mudar de atitude em poucos
segundos, para melhor (esse “melhor” nem sem sempre parece bom pra quem
assiste, mas você sabe que é o melhor pra você).
EU escolhi crescer com urgência, quando vi que passei muitas décadas vivendo
sem pensar, andando sem calcular, respirando sem questionar, amando sem
entender, sofrendo sem saber o porquê e escolhendo ser vítima do sofrimento “causado
pelo outro”.
Aprendi uma coisa com Cazuza, no livro (*) “Faz parte do meu show”: culpa
é um sentimento inútil, pois nos congela numa melancolia interminável e nos
aprisiona numa situação que nunca resolveremos. Temos que deixar de ser os culpados pelas situações que engendramos
para sermos os responsáveis por elas.
Daí, passamos a ver nossas atitudes com coragem e praticidade, resolvendo
modificá-las, e não remoê-las, revivê-las sem avanço.
Aí entra a parte do “ser adorada ou odiada” lá do começo! Todos nós damos
motivos para amarem-nos ou odiarem-nos, pois somos seres em constante
crescimento. Não culpem-se pelas
atitudes odiosas que já tiveram com o outro ... aceitem-na e trabalhem por não
repeti-las. Aceitem a parte odiosa que existe dentro de vocês, da mesma forma
que vangloriam suas qualidades. Sejam honestos
consigo, não queiram parecer “santos”. Questionem-SE, conheçam-SE e
aceitem-SE. Aprender a gostar de
quem somos não implica em acomodarmo-nos com nossos equívocos e defeitos.
Somente conhecendo cada um destes, teremos carinho para modificá-los.
O único indivíduo que esteve na Terra e que nunca fez mal a ninguém foi
Jesus! Todos nós fizemos e faremos, basta trabalharmos para modificar a intenção
e diminuir a repetição. É só isso que Jesus espera de nós!
Me chamem de maluca, mas nunca digam que me conhecem como a palma de vossas
mãos!!
;-)
(*) “FAZ PARTE DO MEU SHOW – A trajetória
de um artista em busca de si mesmo”
Pelo espírito ÂNGELO INÁCIO
ROBSON PINHEIRO (autor)
Editora Casa dos espíritos