Eu tinha o costume de escrever as coisas... Grazyella Dias
Eu tinha o costume de escrever as coisas sem destino. Escrevia, colocava em cima da cabeceira da cama, e esquecia. Mais depois de um tempo, comecei a escrever as coisas para alguém, com o nome de alguém, sobre alguém. Esse alguém eu ainda não conhecia, só que na carta dizia: ” eu vou te amar incondicionalmente, vou cruzar sua vida com a minha, e mesmo que seja difícil de encarar, vou te olhar todos os dias e me apaixonar um pouco mais” pior é que eu nunca tive o direito de saber pra quem eu escrevia, tão desesperadamente. Dai veio o tempo, e me mostrou, eu não escrevia para alguém, nem para nada, e nem por nada. Eu escrevia pra preencher o vazio que tinha aqui dentro, e ainda continuo escrevendo, só que agora não é mais pra um alguém desconhecido, um alguém escondido, agora é um alguém de verdade, de carne, pele, osso, e coração.