MULHER Um dia para se homenagear as... Naeno Rocha
MULHER
Um dia para se homenagear as mulheres é muito pouco. O ano todo é insuficiente. Porque todas as horas de todos os minutos de todos os segundos de cada dia, ainda é pouco. As mulheres, do ser bipolar criado por Deus, é o que mais se destaca pelas suas peculiaridades, que o mesmo Deus, em sua caprichosa ventura, quiz fazê-las de uma alegoria própria.
A angelical figura, aparentemente frágil, mas que por dentro é uma retroescavadeira.
Uma flor que pega com cuidado para que suas pétalas não se esvaem com o vento, ou com um tropeço de quem a carrega, mas que tem no seu cerne, bem cravado e fecunda a semente capaz de propiciar a visão de um jardim completo. Uma pluma que ressurge sempre, com o movimento do vento da fronde das árvores mais altas, em queda leve e vagarosa, pra onde acorrem todas as abelhas, sabendo estar ali o mais puro e rico néctar.
A beleza, que se insiste vermo nas faces e no seu corpo escultural, mas que habita mais nos seus mais profundo íntimos. Uma canção que se canta de olhos fechados, presumido parado, que se anuncia o mais forte das horas, o mais significativo, do que vemos sonhando, todo o tempo. Uma ave pequena de canto encantador, multicor, que ao ouvirmos nos arrepiamos pela excentricidade e beleza, que quando abre o bico e entoa o seu canto abençoado a terra se enche, repleta, de sua presença.
E quem não presta atenção numa mulher. Todos prestam. Até umas às outras, porque o orgulho de uma, sabedora do que é, do seu papel no mundo, silente, mas sabedoras de que podem mais, realizam mais, fecundam, procriam e dão o mundo outro ser, que, por, seu ventre abençoado, seria incapaz o mundo, os homens, as inventividades, falar em beleza, cortejar-se, enebriar-se, morrer de amor.
Algumas peculiaaridades Deus deu às mulheres além do que dotou aos homens. No entanto, essas tais desvirtualidades se contadas passaríamos nossas gerações sem vê-las. Mirando, ajoelhados uma Mulher.
Mulher ainda é e sempre será. A rima certa para fé. Pois enquanto houver uma, e isso não se acaba, dado partir delas o pólen, passarinho à flor, o que é uma garantia do prosseguimento da vida.
Falando em vida, jamais de morte, é a mulher a dona da vida. Que nunca se julgou, mesmo em assim sendo e tendo a consciência absoluta de que partiram de seus ventres os lacaios, os homens pacíficos, os profetas, os santos, os anjos, o gladiadores, Jesus Cristo, os ditadores aberrantes, os camikases, os inventores da guerra, e os protagonistas da Paz, como Mandela, Martin Lutter King, Ghandi, e outros tantos santos vivos que andam por aí. Ela nunca provou da guerra da discórdia entre os seres humanos, a não ser que lágrimas sejam armas, que saudades sejam espadas, que curativos sejam açoites.
Mulher um ser acrescentado, de virtudes, que o homem não tem, de uma capacidade de amar e orientar por caminhos bons esse amor que lhe é natural, instintivo.
Que se alegra ao receber uma flor, sabendo que acolhe a si própria, e se mostra alegre, para não tirar dos homens o mérito, que é um engano, que elas preferem uma a visão dos seus que, à um beijo, um afago, um elogio à sua beleza.
Bem-aventurada a mulher do mundo, porque todo mundo é dela, como todos os dias que passamos nele.