Vezenquando eu baixo a guarda, fingindo... Camila Archuleta
Vezenquando eu baixo a guarda, fingindo que não queria viver sempre á sua disposição. Mas olha, vezenquando, eu acordo com vontade de ser sincera, outras vezes, acordo com vontade de ser forte. E aí, quando sou forte, não sou sua. Só sua sua nas noites de frio, quando ouço nossa música, quando vejo suas fotos. Nos dias restantes, não penso nem na possibilidade de pensar em você. Por todo o mal que me fez, por todo o mal que me faz, por todo o prejuízo, por cada uma dessas cicatrizes. Eu convivo com a tristeza de saber que embora o mais impossível, o mais improvável o mais sem sentindo amor, foi o maior amor que eu já senti nessa vida. E senti por você, só por você. Irônico, né ? Eu que vivo dando conselhos dizendo que devemos nos valorizar, vivo chorando baixinho, deixando escorregar uma lágrima aqui e outra ali, me olhando no espelho e tentando ver você. Eu fico repetindo até decorar ( como eu fiz com a tabuada ) que eu vezes você é igual á zero. Não tem como. A gente se divide ou se subtrai, a gente se trai em outras bocas, em outros corpos. A gente nunca é ” nós”. A gente é, não somos. Entende ? Eu queria que as coisas fossem diferentes, mas tem coisa que não é pra ser, então não é. Mas é, é uma pena, pena ter que partir, pena te ver indo embora e não poder dizer “até mais”. É adeus, aquele bem frio, aquele bem mal dado, igual bom dia em uma segunda-feira ás seis da manhã. Mas eu vou continuar igual boba escrevendo seu nome na última folha do caderno, com corações, e uma vontade imensa de te mandar todas as cartas que te escrevi. Mas só vou ficar na vontade, porque não pode amar quem não ama a gente, entendeu coração ?