Ela sabia o que tinha que fazer. Porém,... Melissa Coutinho
Ela sabia o que tinha que fazer. Porém, sua racionalidade perdia fácil para sua emoção. Fazer coisas por impulso não estava em seus planos, nem muito menos se apaixonar em pleno último ano do colegial. Ninguém escolhe quem ama, e nem quando amar. Não conseguimos estacionar sentimentos já criados, além do mais quando é referido ao amor. A coisa mais abstrata e tão sentida ultimamente - dizem os apaixonados. Ser feliz era o que ela mais queria, e ter um amor - finalmente - correspondido nessas horas, poderia ajudá-la para que ela enxergasse a vida com mais pigmentos, a não ser o rosa da parede de seu quarto, e a escuridão - que se encontrava - seu pobre coração. Ele veio como um farol, iluminando seus passos, deixando seus sentimentos às claras. Fisicamentes eram opostos, mas quem se importava com isso? Em regra de sentimentos, ninguém negava que eram compatíveis. O que mais ela queria? Desejar amor eterno é uma ironia com os trabalhos do destino. Ninguém poderia prever o amanhã, a única opção era aproveitar "o hoje". Foi o que ela fez.
Ela admite. Não foi amor à primeira vista. Nem em segunda. Nem pela terceira. Ela foi a típica garota teimosa que não queria entregar seu coração nas mãos de um novo cafageste. Jurou a si mesma não entregar seu coração de bandeja - que até então - encontrava-se em pedaços. Pensou que ele seria só mais um dos caras que passaria pela sua vida sem deixar rastros - porém com cicatrizes. O destino mais uma vez a mostrou que estaria errada. Passaram momentos felizes, e como qualquer outro casal normal, tiveram momentos conturbados na relação. Momentos esses que abalaram as estruturas - junto com os sentimentos criados. Angústia e decepção fizeram parte daquele dia. Só ela sabe o quão sofrer ele a fez. Lágrimas e insônia a fizeram enxergar que ninguém pode dar certezas de seus sentimentos, a maioria das pessoas gostam do que não tem, do que não possuem. Adoram essa tática de conquista, e quando conquistado o objetivo, fazem questão de ferir seus sentimentos, lhe mostrando o quão idiota você é, por acreditar em falsas palavras, que te faziam sonhar acordada.
Depois de noites sem dormir, ouvindo apenas o som da chuva cair lá fora, junto com seu cobertor, que até então era seu único companheiro, lembrar do tom da sua voz, da sua pele na dele, daqueles lindos momentos que juntos passaram, deram lugar a um novo pensamento sobre seu garoto: dar uma segunda chance. E se agora der certo? Ela acreditava que tudo nessa vida merecia uma segunda chance, dependendo da gravidade do problema, é claro. Analisada a situação, chamou-o para uma conversa. Ele com seus pedidos de desculpas, lhe dizendo o quanto a amava e que não queria perdê-la, ela deixa escapar a coisa que dias atrás lhe parecia impossível: um sorriso. Ele entende o ato, e logo diz que nunca a fará chorar. Palavras em vão.
Só bastava um olhar para ela saber que o que ele falava era verdade. Lágrimas caiam de seus olhos, pois ela não tinha certeza da sua tentativa falhada de desvendar seus sentimentos. Garotas apaixonadas são tontas, bobas, e todos os outros adjetivos de uma garota frágil, que se deixa levar por qualquer frase feita de um garoto experiente no assunto, além do mais quando ele é 3 anos mais velhos que você. Com ela não foi diferente, deixou se render pela paixão e lhe deu uma nova chance. E se agora der certo? Ela não sabe a resposta, mas com o tempo, quem sabe?