Dúvida de uma tarde Tentou ser, mas... Halany Gomes
Dúvida de uma tarde
Tentou ser, mas não foi. Tentou ir, mas não deu e simplesmente saiu do carro.
- Volta aqui, Mariles! Gritava o outro, enquanto a ele gritava o silêncio. A caminhar por a estrada avermelhada de pó do sertão, pensava sobre o que tinha o seu devido valor. Tinha ouvido palavras tão marcantes, desde o amor, até o ódio, e simplesmente resolvera que não iria continuar. Não mais. Refletia se estava vivendo uma história inventada, quando seus pensamentos foram interrompidos por Matteo, novamente, a berrar: - Mariles! Exagerei ao falar aquilo, me desculpe! Mas ao virar-se o falou: - É claro, depois da invenção da palavra desculpa, pode-se fazer e dizer o que quer, sem precaução alguma! É normal e bom exagerarmos ao amar demais, estar feliz demais, mas ao magoar alguém, palavras assumem papeis de grandes espadas, e acredite, isso é tão anormal para mim. Pedro retruca: - Perdoa, Mariles! Sabe que te gosto tanto... Isso acontece por você me irritar com certos fazeres! Mas entra logo nesse carro, o sol já está nos deixando. Mariles, com receio da escuridão e do que frio que vinha junto dela, entrou. Já tinham vivido tantos prazeres e desprezares juntos que chegou a conclusão que 'eu te odeio' não é tão forte assim, não quando os dois estão de neurose, exaltados e com sistema irritante inflamado.
Tentou ser, mas não foi. Tentou ir, mas não deu e simplesmente entrou no carro.
Um amplexo pra quem entendeu! :)