Vivi por muito tempo em um mundo onde... Veridiana M.
Vivi por muito tempo em um mundo onde só existiam coisas boas. Um lugar onde todas as pessoas eram boas, os dias eram bons, o sono era bom, o cansaço era bom, e o dia seguinte era sempre esperado com ansiedade.
Um lugar onde só existia alegria, risadas, lealdade, amor, amizade. Onde o sol brilhava cada vez mais forte e a chuva era motivo de comemoração... Onde os sonhos eram todos possíveis, como se nada nem ninguém pudesse destruí-los. Um lugar onde a esperança era aquela que nunca morria, onde as preocupações com o futuro era todas deixadas pra depois.
De repente, abri os olhos, e vi um mundo surreal a minha volta.
Um mundo no qual existiam pessoas más, dias ruins, o sono já se tornava um pesadelo, pois as preocupações tomavam conta. E o fim do dia, só nos fazia pensar, se realmente era ali que deveríamos estar. E o dia seguinte só nos trazia medo.
Nesse mundo, não existia mais só risadas, alegria, lealdade, amor e amizade. Tudo isso se transformava em uma mistura de sentimentos, onde a alegria era tristeza, a lealdade se tornava falsidade, o amor era pequeno demais, e as amizades, raramente verdadeiras.
Me vi perdida, em um lugar totalmente desconhecido, onde as pessoas que eu achava que conhecia, me surpreendiam. Um ambiente de puro medo, insegurança, e principalmente dúvidas, muitas dúvidas.
Só então que eu percebi que naquele momento, quando eu abri os olhos de verdade, é que eu enxerguei as coisas com mais clareza. E então pude ver, que aquela menina dos sonhos indestrutíveis e da esperança inabalável havia crescido, e aprendido que nada é como pensamos.
Os sonhos ainda continuam fortes. A esperança ainda esta viva, apesar de um pouco abalada. A alegria de viver ainda existe. E os sentimentos verdadeiros, eu também ainda acredito.
Apesar de vivenciar muitas coisas muito próximas a mim, que me fizeram duvidar se as pessoas realmente são merecedoras de uma segunda chance. Ainda acredito nas pessoas.
Porém, ainda não encontrei realmente o meu lugar nessa loucura toda, chamada “vida”.
Mas de uma coisa eu sei, das coisas que vivi, que aprendi, eu tirei apenas as coisas boas, e é assim que continuo seguindo, e sei que ainda tenho muito que aprender e viver. O que me mantém viva, é simplesmente a vontade de ver aquilo que vai mais além do que os olhos podem ver, e o coração, sentir.