Meus amigos. Estou indo embora para... Natalino Gomes da Silva
Meus amigos.
Estou indo embora para outro lugar. Lá certamente encontrarei outros colegas de trabalho, construirei novos amigos. Terei um papel em branco para escrever uma nova história.
E quando começar redigir essa nova história lembrarei de VOCÊS, sempre solícitos, atenciosos. Pela manhã a me desejar um bom dia e bom trabalho (incansáveis baixas no intuito de saberem se eu precisava de apoio), à noite, cansados, exaustos, retornando aos nossos lares, com a certeza do dever cumprido e na esperança que o amanhã será ainda melhor, me diziam: Bom descanso, vai com Deus. No outro dia: Como tu estás? Como é bom ter amigos! Nesse momento eu entendo o quanto foi oportuno aquela frase de Elmer Gedeon: Só existe uma coisa melhor do que fazer novos amigos: conservar os velhos. E é nessa linha de pensamento que me regozijo em saber que não os perderei, pois conservarei-os feito os pergaminhos a resistir ao desgaste causado pelo tempo.
Culpo-me por não acreditar ser digno, ser merecedor da tua altaneira amizade. Deveria ter me doado mais, ter sido mais presente. Mas nem por isso VOCÊS se furtaram em me dá atenção.
Parto para um lugar Longínquo, repleto de verde.
“Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.”
Com a consciência me acusando que poderia ter feito mais um pouquinho por VOCÊS, mas confortado por nunca terem me exigido nada além da minha singela amizade.
Peço-lhes, permissão para quebrar o protocolo de etiqueta virtual e gritar bem alto: MUITO OBRIGADO POR TUDO!!!
Olhos cheios de lágrimas, coração apertado, corroído por um sentimento a que chamamos de saudade. Despeço-me.