Uma vez na vida, uma única vez na vida,... Maria Eduarda Baldini...

Uma vez na vida, uma única vez na vida, pode ser em qualquer idade, desde que já saiba o significado da palavra verdade, pode ser aos 14, pode ser aos 35 e até aos 60, mas tem que acontecer.

Mulher, uma vez na vida, tem que ser mulher! Mas de verdade! Deixar de lado o sutiã com bolha, a maquiagem, os acessórios, a cinta modeladora que esconde a barriga e a calça apertada que levanta o bumbum. Assumir as curvas, os sobras, as dobras, as rodas e até os pneus, encarar as dores, os antigos e os próximos amores, o passado que a gente liga, mas ele nem atende, o futuro que a gente entope de expectativas, a chata da dona celulite que a gente insiste em dizer que não passa de gostosa em braile, mas não largamos a coca-cola de jeito nenhum. As espinhas, aquelas que a gente tenta esconder com o famoso “1 kg de base”, mas de um jeito ou de outro ela escapa da nossa fantástica cobertura, o problema é que a gente custa a entender que isso é simples, a pele está respirando, pondo pra fora o que ta ruim lá dentro, igualzinha a nós quando surtamos e a gente esquece que elas também matam por chocolate.

Depois de despir a armadura que carregamos no dia-a-dia só por termos nascido mulher, você pode se olhar no espelho e dizer que é uma mulher de verdade. Porque mulher de verdade é melhor do que qualquer maquiagem da MAC, que transforma o patinho feio em cinderela, mas que o encanto termina a meia noite. Mulher de verdade vai além do Chanel nº5, é essência, é pele, é suor, é calor e até aquele arrepio na nuca. Verdade, em mulher, é além das tempestades, é furacão, é força e é garra. Mulher de verdade é aquela que olha no espelho e se aceita, assim como é, mesmo com aqueles quilinhos a mais, mesmo com aquela tensão que acontece todo mês, mesmo com todos os nossos mesmos infinitos que existem na nossa cabeça.

Claro, concordo plenamente que precisamos para sobreviver tudo isso que mandei despir e mais, muito mais que isso, afinal, somos mulheres. Mas antes de ver aquele mulherão toda montada, com cheiro de modernidade, aceitamos nossas sobras, dobras e delírios, para conseguir nos aceitar acessoriamente poderosas!

Feliz de quem sabe e quem é de verdade, mulher!