De tudo que vai, sempre fica algo. Algo... Gaal Moura
De tudo que vai, sempre fica algo.
Algo que escapa, algo que se esconde, algo que não pode. Assim foi meu amor. Tudo se foi, mas ele ficou – Justo ele que eu implorei tanto pra ir embora e se possível me deixar apenas amnésia. – Mas ele não me obedeceu, aliais, nunca obedece.
Quando eu peço pra ele vir, não vem. Quando peço pra ir, não vai. Quando peço pra sair, fica. Quando peço ficar, sai.
O que ficou em mim foi esse amor, amor estranho, um amor que eu não quero pra mim. Amor que não cabe mais em mim. Não cabe de doido, não cabe de sofrido, não cabe de insensível. Isso que nunca foi meu, isso que nunca foi seu. Um amor que nunca foi nosso?
Não, não estou me lamentando, o passado é só um pedaço da história. E sabiamos que o nosso presente iria se transformar em passado, um esdrúxulo passado, um passado que devia ser esquecido de tão errado. Foi apenas um passado. Nosso presente NUNCA deveria ter existido, e existindo não deveria ter durado, e durando não podia ter acabado…