Por isso, quero afirmar: se você... Isabelle Anchieta

Por isso, quero afirmar: se você acredita no que faz, insista.
Não quero que essa frase recaia em um otimismo ingênuo e fácil. Porque sei que, entre esse passo adiante e a frustração que o antecede, há o silêncio no meio. A angústia e a terrível sensação de que estamos condenados a nossa própria mediocridade. Perdemos a força, a vontade, indiferentes ao frio e ao calor, a beleza ou a feiúra, o sem sentido, o cinismo, o niilismo fatigado. Entre o desânimo e o ânimo que faz esse passo existir, há a confusão de sentimentos e a revolta com os nossos limites. Há a sensação de que o outro é muito superior a nós, inalcançável. Há a cobrança de porque não fiz isso, não falei aquilo, estudei aquela outra coisa? Há sempre entre a perda de seu valor e esse passo um enorme abismo onde nos metemos. E, de onde é muito difícil arrumar energias para sair. Como essa energia surge? Não sei, mas ela surge como uma pequena chama de fé “sem religião” que consegue aquecer nossa alma por inteiro. Parte de uma pequena ação que nos “realma” aos poucos e definitivamente. E nos faz ter a paciência de catar os retalhos que sobraram de nós, de costurar esse remendo que nos tornamos depois de perdemos nosso valor próprio.