A CAMINHO DE LUGAR NENHUM E em vão... Tamires Alci
A CAMINHO DE LUGAR NENHUM
E em vão discorro mais uma vez sobre os meus pedaços
Um copo sem fundo
Uma garrafa de vinho meio cheia
Uma estrada para lugar nenhum.
É para onde estou indo agora
Para lugar nenhum
Estou nessa vida procurando por respostas de eternas perguntas que nunca aparecem
Um dia talvez eu as encontre
Um dia talvez eu me encontre
E quando me encontrar
Direi: Olá
E me perderei mais uma vez.
Me perderei nos delírios mais loucos de me encontrar mais uma vez
Assim farei, assim o fiz, assim o faço
Cada vez me torno mais distante o possível do que tento ser
Do que tento parecer
Do que sou.
Das tardes, do pôr-do-sol
Debruçada na sacada da varanda
Me vem as lembranças mais insanas
Dos momentos que eu não tive
Dos momentos que viverei.
Uma aquarela em preto e branco
Do amor, desamor
Da flor, da natureza-viva
E da natureza-morta.
Um indício de que o meu copo está meio vazio
Me traz à realidade novamente
Comumente envolvida pelo carinho
De braços e abraços que sempre estarão a me proteger.