Pai Meu primeiro amigo, De olhar... Tamie Angela

Pai

Meu primeiro amigo,
De olhar desconcertante,
Que fica como um menino a me fitar...

Meu primeiro sorriso,
À um colo aconchegante,
Onde eu quero o tempo todo ficar...

Os primeiros passos,
As mãos firmes e punhos pulsantes,
Que me põe a correr e a girar...

Os primeiros casos,
As " mentirinhas" , o temperamento inconstante,
Que sempre soube com tua sabedoria lidar...

Os primeiros erros,
E os acertos, que vês de forma empolgante,
Me impulsionando a sempre ir... mesmo querendo ficar...

O primeiro medo,
Do "bicho-papão" ao exame estressante,
Me ensinando, como devo para o mundo me atirar...

O primeiro beijo,
Que confidenciei com alegria extasiante,
E tuas rugas (ciúmes?), que ficaram em tua face a meditar...

O primeiro desejo,
por um brinquedo caro, ou um carro possante,
Que juntos, ficamos a apreciar...

Nossas primeiras rusgas,
Em que corri ao quarto com pensamentos meliantes,
E tu... permaneceste em teu silêncio a te sacrificar...

Nossas primeiras conversas,
Assuntos sérios, olhares distantes,
Em um mundo de cores e flores a irradiar...

Tivemos muitos primeiros,
E segundos, terceiros, momentos impressionantes,
Mas permaneces assim como te conheci, a me iluminar...

Serei para sempre tua pequenina
Com lacinhos no cabelo e olhinhos brilhantes,
E serás eternamente, os braços para onde eu posso voltar...