Nem sempre nós, seres humanos alvo do... Lucas Borges
Nem sempre nós, seres humanos alvo do amor, damos a real importância para uma pessoa que demonstra um carinho além do normal por nós. Mas sempre demonstramos carinho pela pessoa que nem ao menos nota a nossa existência. Desprezamos um amor sem pena, assim como somos desprezados por quem amamos. O ato de que somos insignificantes chega, exatamente, no momento em que estamos presos completamente na pessoa imperfeita amada. Pois sempre amamos o defeito achando que é a perfeição: porém, nem sempre desejamos a pessoa por uma noite, por um beijo ou, até mesmo, pelo toque compulsivo da mão quente em sua nuca arrepiada; desejamos a pessoa amada apenas com um sutil olhar de bondade, com um sutil gesto gracioso do brilho dos olhos latejando as lágrimas nas pálpebras translúcidas. A dor flama do amor é a mesma dor da renegação frígida.