Navegante Já naveguei por muitos mares.... AHSantos
Navegante
Já naveguei por muitos mares.
Vivi calmarias e tormentas.
Guiei-me pelas estrelas e por instrumentos.
Algumas vezes cheguei, outras não...
Mas sempre busquei um motivo maior
Para continuar navegando.
Meu leme é forte, acredita em terra firme.
Assim, olho sempre o horizonte
E acordo sol nascente.
E um grito espreita sempre
Na garganta: TERRA A VISTA...
Meu navio vai zarpar, princesa...
Já não se tem mais tempo
E nem esperanças daqui aportar.
Vou partir de volta aos mares,
Há léguas a navegar.
Vou levando o que trouxe:
A promessa de bem querer,
Os beijos que foram dados
E a vontade de ficar.
Levo, também, minha velha bússola,
Porque no céu a tempestade
Fez da noite escuridão,
Não tem estrelas a me guiar.
Mas, levarei comigo,
Meu bom companheiro, o diário de bordo,
No mar tudo é possível, morena,
Com certeza as lembranças viram me visitar.
Pra elas levo o rum, vinho não faz sentido,
Pois já não há mais poesia,
Nem a mulher amada,
Só a imensidão do mar.
Vou navegar sem tripulantes,
Meu roteiro é a solidão e
O meu leme é o sorriso, menina linda,
Que você me fez imaginar.
E vou cantado na minha viola,
Os versos e as trovas,
Que na ventura dos meus dias,
Traduzi em poesias,
Para você se apaixonar.
Por fim, vou navegar...
Aportar novo cais,
Viver outros horizontes.
Não digo adeus, digo até...
Até outra poesia.
Até o sol nascente.
Até a lua crescente
Até a maré alta.
Até, minha querida.
Até a minha volta.