Tão só por mim Não pago pedágio a... Karina Steck
Tão só por mim
Não pago pedágio a estrada esburacada, ando na contra-mão às vezes, mas não costumo atropelar animais como antes. Eu vejo as placas com atenção, vejo mais além. Também não menosprezo aquelas de bom pavimento. Nenhum dos caminhos tem distinção, tão pouco eu julgaria sem plena convicção. São pedras que atiro, entenda. Meu jeito de estar perto.
Faço tempestades dos lobos que me rodeiam, veracidade nenhuma me assusta, a ponto de ser soberba do vento. Olho para o lado, já andei. Sinto rancor subir a garganta, já chorei.
Passageiro ao lado do banco do motorista, tem lugar vago, por sua vez.
Não acolho estranho, sigo viagem pela neblina atenta na pista. Persisto.
Haverá destino sem pressa, de tempos em tempos, ele corre para algum lugar. Faz do seu, o meu. Em tempo certo, pronto, sem medo de amar.