É preciso metade. Não é preciso se... Bruna Royo
É preciso metade. Não é preciso se doar por inteiro. Fiquei pensando naquela propaganda que questiona se preferimos o copo metade cheio ou metade vazio. Às vezes é necessário preferir apenas a metade. Não é deixar as coisas no meio do caminho, fazer apenas pela metade. É perceber que certos tipos de coisa a metade basta. Todos são feitos de metades. Ninguém é 100% legal, bonito, feliz, inteligente, amigável, sincero. Ninguém tem 100% todas as coisas que queria, ou quem queria. Somos metadinhas inquietas andando em um mundo que nós dá aparência que é muito fácil ser inteiro. Não é justo cobrar um amor inteiro, o melhor carro do mundo, a viagem dos sonhos, se não compreendermos que algumas coisas pela metade pode nos trazer uma incrível felicidade. Não é um amor inteiro, mas é o amor que você pode receber no momento. Não é o melhor carro do mundo, mas te leva aos lugares onde você gostaria de estar. Não é a viagem dos sonhos, mas tem sua beleza, o seu caminho, o seu estar, o seu descobrir. Eu faço parte do clube da metade. Me dôo na metade, me mostro só metade. E mostro aqueles 50% melhor de mim, para que um dia, talvez, alguém possa transformar isso numa porcentagem total.