Roteiro do Filme A VILA Certa vez me... Davidson Menezes
Roteiro do Filme A VILA
Certa vez me pediram para tentar descrever algo, não lembro bem, um trabalho de escola, era sobre uns conceitos de um filme antigo, tinha que falar sobre objetos, como se comunicavam o que seguiam, sobre liderança, influência, questões míticas e místicas da história, enfim, eram algumas perguntas que me faziam pensar e imaginar aquela sociedade seu trabalho suas vontades, seu povo, suas histórias, medos, teria que entrar na cabeça de cada personagem de cada ponto e sentir cada detalhe a importância de cada setor pessoa e função, lembro que fiz esse trabalho a algum tempo mas...para falar sobre ele, prefiro contar uma história.
- Era uma vez..., poderia começar assim, mas para começar assim a história teria que ser mais infantil, mas simples com alegria e essa que irei contar as vezes não me deixa dormir.
O Lugarejo
Capitulo 01:
O lugar:
Era em meio a uma gigantesca floresta, arvores com copas altas, folhas que cobriam toda a sua extensão, por onde olhássemos, estava lá, floresta e mais floresta, mata fechada robusta, ao longe ela estava lá e de lá ela nos observava, a floresta, parecia fria, parecia esperar que algo acontecesse, parecia que estava nos observando, vigilante, atenta.
Tudo começou com um funeral, o jovem Daniel Nicholson, filho de um dos anciãos do lugarejo, morreu de doença, o que pude sentir nesse momento realmente foi o sentimento: a dor de um, a dor de todos, escolha de um, escolha de todos, e assim começa a primeira parte de nossa história. Nesse lugar que fui descobrir o nome muito depois, vi que todos comiam juntos, na mesma hora e respeitando as tradições e os rituais pré-estabelecidos, era estranho, uma mesa para as crianças, dezenas delas, outra mesa para os jovens e adultos, e outra mesa para os mais velhos, a comunidade inteira comendo ao ar livre em mesas enormes, nada atrapalhava aquele ritual simbólico de respeito e admiração mutua, nada atrapalha ao não ser o rugido da floresta, que deixava todos assustados, a principio não entendi bem.
Todos tinham suas funções dentro do vilarejo se é que posso chamar assim, plantar, colher, limpar, cozinhar, lavar, esquecer, e continuar. Duas senhoras encontraram uma pequena rosa vermelha na entrada de sua casa certa vez, pensei que fossem ficar felizes com o achado, mas arrancaram a pequena flor e cavaram enterrando-a no buraco e o cobrindo rapidamente, fiquei sem entender absolutamente nada uma rosa tão bonita pequena , vermelha.
O perímetro de toda a área, que margeava a floresta era vigiado, tochas se erguiam por toda sua extensão e torres gigantescas como se fossem grandes ícones que representassem a segurança ou a observação ou qualquer identificação que para os que estivessem no vilarejo. Ao toque de um sino, todos saberiam que algo não estava certo. Sentinelas se dispunham a vigiar o que pudesse acontecer de diferente em torno de sua região. Muitas vezes e quase sempre as sentinelas estavam mais amedrontadas que qualquer cidadão da vila.
Capitulo 02:
As pessoas:
Muito bem, agora como descrever aquele povo, aquela gente, como fazer para falar de cada pessoa que vivia naquele lugar? Posso começar com uma figura bem exótica, um jovem que tinha manias de limpar os pratos na hora da refeição, de sentar reto para mão amarrotar a camisa, desse, somente esses detalhes lembro, devemos nos focar em pessoas mais importantes, tem alguns anciãos com papeis fundamentais na organização, o jovem Lucius, determinado, corajoso, leal, talvez em tirando a nossa protagonista um dos principais pontos fortes da história, Noah, um jovem com alguns distúrbios mentais, mas sociável, brincalhão que não entendia direito o medo das pessoas e brincava com o medo de cada um, era mais um a ser protegido por Ivy, que por sinal parecia ser a pessoa que mais via o que se passava com todos, apesar de ser cega, ela inspirava respeito e autoridade, sensatez, sabia exatamente quando poderia agir, respeitava as determinações designadas pelos anciãos, creio que havia uma regra que a mais nova só poderia se casar quando a mais velha estivesse casada, e Ivy também respeitou esse preceito, tinha tudo para ser a sucessora e peça central na organização do povoado no futuro, devido a sua influência inter-pessoal, mas isso é para uma outra história. Vamos seguir.
Era uma grande família, com todos os fatores essenciais para sua continuidade, o medo, a unidade, a parceria, e o ambiente onde viviam com rusticidade, cor, os símbolos, o antigo, o tempo.
Capitulo 03:
Acontecimentos parte 01:
As fugas, rosas, vermelho, a luz ao longe a noite, as roupas veladas, velastes, vigias, reuniões.
A tranqüilidade do rio que esconde o mistério, cuidado animais mortos sem pele, sem pelo, aqueles de quem não falamos comem carne, garras, violam nossas fronteiras, a floresta é deles. Não começamos essa guerra.
A brincadeira é ficar de costas para a floresta e ganha quem ficar mais tempo, em cima de um tronco esperando e tremendo de medo, ele tem o maior recorde, Lucius, mas é apenas um jogo, e ele tem coragem de brincar com o medo. ‘’Não me preocupo com o que acontecerá apenas com o que deve ser feito’’, assim dizia Lucius.
Capitulo 04:
A comunicação:
Nesse vilarejo, a informação tinha uma rígida forma de circulação, a principio para solicitar ou demonstrar o desejo de algo a pessoa deveria escrever um bilhete, apresentar ao grupo de anciãos para depois receber a resposta ao questionado, ao grupo de anciãos restringia-se informações importantes sobre a criação e todo o contexto cultural que envolvia aquela sociedade, suas formas de distribuição, hierarquia e desenvolvimento, aos demais restavam os boatos e informações desencontradas e controladas em sua maior parte, fazendo com que a desinformação causasse medo e tornassem todos os pensamentos, desejos e formas de ver os fatos e o seu mundo resumidos a fronteira de tochas e de torres de vigia dos que não falamos, mas por que não falar dos que não falamos? Eu posso falar? Nem tudo. Posso escrever? Só se for para eles (anciãos). Posso dizer o que sinto? Na hora certa, para a pessoa certa. Posso estar nas suas reuniões? NÂO! Assim viviam as pessoas do vilarejo. Uma frase me passou agora: Que eu tenha o controle da informação, para que eu tenha o controle da população. Acho que isso foi usado muito pela SS de Hitler, na 2º Guerra, enfim... Seriam fatos para uma outra história.
Certa vez estavam: Ivy, Noah, e Lucius na pedra do descanso. Bem como definir a pedra do descanso? Lugar onde ficavam os amigos conversando, limite entre a VILA e a floresta. Vou tentar descrever o diálogo dos três amigos na pedra do descanso.
- Ivy: Algumas pessoas emitem cor, é a única coisa que vejo na escuridão, meu pai também tem isso. Você sabe qual é a sua cor Lucius? Mas, não vou lhe contar.
- Lucius: Você corre feito menino.
- Ivy: Você parou de me ajudar de repente, nem mesmo quando cai de propósito, sabia que você estava lá, não me ajudou. As vezes não fazemos o que queremos, para que os outros não saibam o que queremos.
O que esta me dando Noah?
- Lucius: Ivy, Noah acaba de colocar em suas mãos uma cor ruim.
Bom, Noah tinha colocado nas mãos de Ivy, frutinhas vermelhas, ainda não tinha entendido o conceito de cores daquele lugar.
- Ivy: Essa cor atrai aqueles de quem não falamos, precisa enterrar.
O mito da cor ruim, que não poderia ser vista, tocada, e deveria ser enterrada, pois atraiam o mito dos seres de quem não falavam.
Capitulo 05:
Segredos:
Velas, luz, postes e tinta amarela, vestimentas, candeeiros, vontade de fazer de ser e mudar o paradigma, eu sou, eu vou, é o meu tempo, agora por que eu faço? Esse era Lucius.
- Lucius?
- Sim mãe.
- Vou falar da cidade apenas uma vez e nunca mais. Seu pai foi encontrado em um rio, espancado, sujo e morto, e isso é o que espera por você na cidade, se continuar pensando em sair do vilarejo.
- Lucius, quero apenas ir a cidade e tentar mudar alguma coisa aqui. Que ninguém mais morra como o pequeno Daniel, que se foi por falta de remédios. As criaturas sentem emoção verão que minha intenção é pura. Há segredos em todos os cantos da vila não sente isso? Caixas, potes. Sempre alguém esconde algo.
E assim pude descobrir por que Lucius Hant um de nossos nosso heróis, não encarava Ivy de frente, certa noite eles se encontraram.
- Ivy: Ouvi meus pais falando de você Lucius, sei do seu pedido de sair da vila e ir as cidades, acho isso nobre, mas não acho que seja certo.
- Lucius: Ivy, não tem raiva por não poder enxergar?
- Ivy: Eu vejo o mundo Lucius Hant, mas não como você vê. Eu sou abençoada, e agora estou mais ainda, estou livre para receber proposta de quem se interessar por mim minha irmã vai se casar.
Capitulo 06:
Aqueles de quem não falamos parte 01:
A sentinela ouve um barulho, é tarde, ele se encontra na torre com seu candeeiro, e sua capa de capuz amarelo, vai observar o que pode ser de repente ele vê.
Ofegante, arfando, tremendo, o medo, ele toca o sino. Todos correm, o mito é real, o toque, o medo, eu vi, eu vi vermelho, a cor, o medo o desconhecido, eu toco o sino para avisar que eles estão aqui, chegaram, é onde eu espalho o medo, eles estão e são reais, rápido, feche e se esconda, vai corre se esconde, entra e não sai, vai para dentro logo, medo, corre, são eles , o medo, vermelho, feche a porta eles vem, quero estar seguro, quero saber o toque, como são, pavor, de querer saber, por favor, não. Não os deixe entrar, pegue minha não, entre aqui, Lucius, se esconda, me esconda, corra eu cuido de você. Aqui embaixo, embaixo de nossos medos, o coração, o pulso, o medo, a sombra vermelha, sempre, espera, respira, ofega, acredita, imagina, tenha fé, respira, olha, são eles, os barulhos, não quero ouvir. Se esconda, vamos ficar aqui, eles estão lá. Vamos esperar. Os barulhos. A noite foi, e eles também.
As marcas são um aviso, não cruzem. Estamos ameaçando as criaturas, dizem os anciãos em assembléia. O respeito as normas e leis e preceitos e dogmas e paradigmas, oferecimento de oferendas de carne, as marcações na Floresta Convigton, tudo deve ser respeitado ao máximo.
O tempo passa, os dias passam, em meio as turbulências a irmã de Ivy casa-se no vilarejo, com uma festa bonita, todos dançam... Um grito. Correria, quem eram eles, não pode ser o que eles querem? De novo? Deixem-nos em paz até na hora de nossa alegria. Conchavos de controle, medo de sentimentos, integração de pensamentos a dança e a alegria, o piano e a musica, de repente o medo, onde escuto o medo primeiro, o medo o grito o pavor, a correria, me leve com você, as crianças viram, na hora da festa, vamos voltar devagar, para nossas casas acabou a festa iremos todos juntos, animais pendurados e mortos por toda parte sem pele sem pelo, sem vida, animais, sem vida, são coiotes, as marcas, são eles, de quem não falamos, mataram os animais e penduraram em nossas casas, escuro, onde acordo a neblina cobre o tempo a relva não da para ver, a fronteira tem frio, não é seguro, vamos dormir.
Capitulo 07:
Segredos velados parte 01:
- Ivy: Ola, Lucius, por que esta aqui na minha varanda? O que acha de tudo isso e por que é tão corajoso enquanto o resto de nós é tão medroso?
- Lucius: Não me preocupo com o que vai acontecer só com o que precisa ser feito.
(‘’Invadindo o diálogo de Ivy e Lucius essa ultima frase de Lucius me lembrou um discurso famoso que até hoje repercute e suas palavras’’:)
“Tenho defendido o ideal de uma sociedade democrática e livre na quais todas as pessoas convivam em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e que espero alcançar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer”, disse o líder, que em 1964 foi condenado à prisão perpétua. (Mandela.)
- Lucius: Como me viu aqui?
- Ivy: Vi você pela janela.
- Lucius: Todos dizem para que eu fale mais, do que adianta falar mais, se sinto tanto medo quanto os outros quando acho que você corre perigo, por isso estou nessa varanda, tentando proteger você, penso em você em todos os momentos, te toco e sinto o que mais devo sentir, e o que mais gostaria de dizer: era que gostaria de estar com você em todos os momentos de nossas vidas. Ivy dançarei com você na noite do nosso casamento.
Inconfesso Desejo
Queria ter coragem para falar deste segredo. Queria poder declarar ao mundo, este amor.
Não me falta vontade, não me falta desejo, você é minha vontade, meu maior desejo.
Queria poder gritar esta loucura saudável, que é estar em teus braços, perdido pelos teus beijos.
Sentindo-me louco de desejo, queria recitar versos, cantar aos quatros ventos, as palavras que brotam.
Você é a inspiração, minha motivação, queria falar dos sonhos, dizer os meus secretos desejos.
Que é largar tudo, para viver com você, este inconfesso desejo. (Carlos Drummond de Andrade)
Do que adiantou o cuidado e a precaução dos anciãos?
Capitulo 08:
A cor da dor:
A benção de todos para o casamento de Ivy e Lucius e a alegria dos seus pais e amigos, mas, nem todos os amigos.
- Noah: Vai me roubar meu maior valor Lucius.
- Lucius: O que, eu?
- Noah: Lucius, não posso perder minha..., ela para você, eu choro e não a deixarei com você, uma faca te fere e te mata. Não sei o que foi isso, eu fiz, já fiz, o matei? Lucius? Ivy, e agora? Sou Noah, a cor ruim em minhas mãos, o sangue é a cor ruim a perda dele, o derramamento, o choro e a dor de perder a cor de sangue, perder a vida. Noah matou Lucius?
A comida no fogo no meio da rua e todos procurando de onde vem a cor da vida, a cor vermelha de sangue e de perda, de medo, de dor, que cor é essa que Noah carrega em suas mãos, Alguém diga de quem é essa cor?
-Ivy: Eu conto, eu corro, procuro e sinto, espero que não seja ele, perdendo a cor ruim, Lucius. Desespero, porque não vejo sua cor Lucius, a dor, que consome e corroi, ingressam na alma com o medo. Não vejo a cor dele. Achei você Lucius deitado, caído, sem cor, onde esta sua cor? Que dor, que dor, que consome minha alma, como queria que a cor ruim invadisse meu pensamento agora, Noah, apaga Noah, a cor, apaga, nada fará voltar Noah, por que fez isso?
- Ivy: Morrerei com ele se ele morrer, vou atravessar o outro mundo da floresta Convigton, irei as cidades e trarei Lucius de volta, sou forte, vejo além, eu amo, vou trazer a cor ruim para que ele tenha vida.
Edward, pai de Ivy conversa com alguns líderes da Vila e falam sobre Lucius, Ivy, acontecimentos recentes e o que poderia ser mudado:
- Edward: Há algo a ser feito que o salvasse se não houvesse limitações?
- John: Se tivéssemos os remédios certos ele poderia viver.
- Ema: Edward a promessa o juramento de não voltar as cidades, todos os anciões fizeram a promessa, não esqueça todos fizeram.
Capítulo 09:
Segredos velados parte 02:
Edward fala com Ivy sobre alguns assuntos:
- Edward: Confio em você Ivy, não grite sobre o que vou lhe mostrar agora. Ivy, você vê luz onde só a trevas, o que preciso lhe dizer e mostrar agora é algo que você deve tentar compreender. Sabe onde esta Ivy? No galpão. O que irei lhe mostrar o segredo...
- Ivy: São aqueles que não podemos falar? São eles?
- Edward: Não tenho palavras, nos fizemos os medos, nos fizemos os dogmas, os mitos, o tempo. Dominamos pela palavra, pela indução, pela cor, adotamos os rumores e apenas os ampliamos nos fizemos os sons, os tons, corridas, sinos, desejos, limites, domínio e controle. Mas controle, sempre escapa de controle, a tristeza, a dor nos causou um desejo de novo mundo. Irmã, filho, marido, mulher, amigo, pai. Todos mortos pela violência da cidade, reuniões e reuniões, subjugar pelo temor. Os segredos escondidos em caixas, baús, velhos jornais, velhas lembranças, dores continuadas, que tentamos esconder, amigos, parentes que nos deixaram quando estávamos morando nas cidades. Lembranças de tempos de perda, de sangue, de cor ruim.
- Edward: Assuma o fardo que a mim ficou pesado Ivy. A dor foram os motivos de nossas ações. Trarás o remédio de Lucius, vá e volte rapidamente.
A Verdade
A porta da verdade estava aberta, mas só deixava passar, meia pessoa de cada vez.
Assim não era possível atingir toda a verdade, porque a meia pessoa que entrava,
só trazia o perfil de meia verdade, e a sua segunda metade, voltava igualmente com meios perfis,
e os meios perfis não coincidia verdade... Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta,
chegaram ao lugar luminoso, onde a verdade esplendida seus fogos. Era dividida em metades,
diferentes uma da outra. Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
nenhuma das duas era totalmente bela, E carecia optar. Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia. (Carlos Drummond de Andrade)
Seguindo a história e tentando repassar a vocês como me contaram, depois dessa revelação a Ivy, os anciãos se reuniram. Colocarei uma parte do que me lembro do que foi dito.
Ancião 01:
- O que posso oferecer a você é mandar minha filha salvar seu filho...
Ancião 02:
- O propósito de nossa partida, foi a busca da esperança...
Ancião 03:
- Fizemos uma promessa, um juramento de manter nosso estilo de vida...
Ancião 04:
- Nosso estilo de vida pode não estar sendo mantido de uma forma correta...
Ancião 01:
- O futuro da Vila depende deles, a continuidade do nosso modo de vida, somos culpados de nossa inocência, somos inocentes de nossa culpa, somos vitimas de nossos próprios sofrimentos.
- Ancião 02:
- Somos os anciãos dessa vila, e sua filha, ela é cega...
- Ancião 01:
Deixe a ir, ela é cega, mas sua capacidade de enxergar é maior que de muitos na vila, o que a move é o amor. Não somos mais nós, quem decide, o coração decidiu.
Capítulo 10:
Acontecimentos parte 02:
Ivy segue em direção a floresta, e seus pensamentos se intercalam em mistérios e segredos, vontades e medo, determinada em conseguir seu propósito, mesmo que tenham que enfrentar seus maiores medos, dois amigos acompanham, ela que segura um punhado de pedras coberto por um pequeno trapo, pedras que fariam os amigos acreditarem que podiam seguir. E o pensamento corria.
- Ivy: O segredo, a cerca que encaro, a noticia que recebi, o segredo, o medo, do desconhecido, eu vou buscar a salvação de Lucius na cidade, bandeiras anunciam que estamos ultrapassando um local místico, vento tremula, posso escutar um pequeno zumbido e batidas de suas flâmulas, o imaginário e perigoso, o medo que os outros sentem não os deixam livres, mas temos as pedras mágicas nada nos atingira, o medo, não é seguro, dos três que iam, agora apenas dois, o medo vence, o primeiro dos amigos, seguimos, salvar Lucius , cidade, medicamentos, não sei, o medo, tensão, dos três que seguiam apenas eu, mais um ficou no caminho, sozinha cega e enxergando tudo, meu fardo. O medo venceu todos, meu medo é menor que meu amor, minhas memórias.
A noticia que não quero ouvir, ele morrerá a qualquer momento. Eu passo, cruzo o caminho, caminho sem tropeçar, vejo as cores e ouso tocá-las sentir o tom e o poder, a mudança. A vida é longa e o amor é profundo. E penso em Lucius, ele me pediu que dissesse: ‘’Qual a sua cor, me diga qual minha cor.’’
Amor não segue regras, crimes, as sombras se movem, aprendam com elas, as flores, devo dormir, sou Ivy, os cantos, o rio, que vai lento, os perigos, a vala, um buraco, caio, o medo de novo, a força, o desejo de conseguir, consigo sair da vala, difícil, criaturas da floresta, lembro do meu pai falar: ‘’Eu era professor, ensinava sobre as criaturas, elas estavam nos livros nas mentes, eram historias apenas as tornamos reais’’.
Quem é? O graveto quebrou tem alguém atrás de mim são eles, mas eles não existem, eu corro, o medo, eu corro, o tempo, pavor, o medo, galhos quebram, que cortam, muitos, choro medo, cansaço, fujo, ele esta aqui, vermelho, a cor, de sangue, de medo e de dor, o medo, de mim, dele, eu vi sem enxergar, esta atrás de mim. Fujo, mãos a frente sou cega, posso cair, ele me viu, eu senti, arfando pra mim, corre me pega, me passa, para, medo, correr sem saber onde ir, e ir, sabendo do que fugir, corro, sem luz, sem toque de nada, apalpando o tronco perto da vala, o medo causa a coragem de estar viva e salvar Lucius, lembrei de Lucius a brincadeira de quem fica mais tempo esperando o monstro, ele tem o recorde, é apenas uma brincadeira de criança. Eu ganhei, ele caiu na vala, o monstro que estava atrás de mim, nunca saberei o que era, sou forte venci a criatura, eu tenho o recorde agora, eu tenho coragem eu amo.
Onde estaria noah nesse momento? Porque fez isso, Noah se eu pudesse bateria em você tanto ate aprender. Tive coragem de enfrentar o que não conhecia, por amor, coragem e desejo de ser feliz.
Enquanto Ivy lutava com seus monstros, Lucius resiste, deseja viver, e sonha em seu coma inflamatório.
Porque.
Amor meu, minhas penas, meu delírio. Aonde quer que vás, irá contigo, meu corpo, mais que um corpo, irá um'alma. Sabendo embora ser perdido intento, o de cingir-te forte de tal modo. Que, desde então se misturando as partes, resultaria o mais perfeito andrógino. Nunca citado em lendas e cimélios, amor meu, punhal meu, fera miragem. Consubstanciada em vulto feminino, por que não me libertas do teu jugo. Por que não me convertes em rochedo, por que não me eliminas do sistema. Dos humanos prostrados, miseráveis, por que preferes doer-me como chaga.
E fazer dessa chaga meu prazer? (Carlos Drummond de Andrade)
- Ivy: Seguir a estrada e deixar a floresta Convigton, ir rápido e voltar rapidamente, desvendar nossos segredos, pular a cerca buscar o medicamento voltar e salvar Lucius.
Um, guarda, observa uma garota em uma estrada abandonada onde não há absolutamente nada, a não ser a reserva florestal, um grande muro e uma estrada deserta. Aproxima-se, e fala:
- Guarda: Você mora na floresta garota?
- Ivy: Sim senhor.
- Guarda: Alguém ferido?
- Ivy: Você tem bondade na voz, não esperava por isso das pessoas da cidade.
Aqui se quebrou um paradigma. O guarda relutou, mas tentou ajudar, a ajuda veio com bondade e com receio, ela pediu ajuda e disse que veio da floresta pedindo um remédio, recebeu de bom grado o medicamento, e sem pestanejar, voltou de onde veio, nunca mais veria o guarda Kevin.
Enquanto isso, encontraram Noah morto na floresta, dentro de uma vala, com uma roupa de monstro rasgada, os anciãos dirão que foram as criaturas, a historia se materializara. A realidade de uma ilusão. A continuidade de um controle, de um acordo de mentiras de cores de gestos e de medo.
Ivy voltou com a cura, de Lucius, das historias, de mim, de todos, da vida.
- Sou Lucius Hant II, filho de Lucius Hant e Ivy Moyer, um dos anciãos e orientadores espirituais do nosso vilarejo, esta é a nossa história e apenas nós anciãos continuamos com a manutenção do segredo, isso é que o que torna nossa vida mais feliz e simples, e se depender de nós aqui sempre será: A VILA.
Aqueles de quem não falamos parte 02:
Continuação...
Texto reflexivo, elaborado baseado no filme: A Vila, exclusivamente para fins didáticos. Alguns pontos como nomes, dados de lugares e algumas intervenções foram mudados propositalmente para efeito de dramaticidade e comparação.
Agradecimentos a Carlos Drummond de Andrade.
Que cada momento seja um sopro, onde a respiração possa fluir que o ar se expanda, que eu veja o que eu possa ser, que eu escute o som de cada coisa, que sinta cada vibração, que eu procure vencer sendo feliz, que minha força seja minha certeza, que minha consciência me guie e minha percepção me mostre o caminho certo.
Davidson Luis Menezes Rodrigues.
Bibliografia: Baseado no Filme A Vila, Manoj Nelliattu Shyamalan (M. Night Shyamalan).