Minha alma precisa ser pluma Respirar... Élida Maria Aragão
Minha alma precisa ser pluma
Respirar leveza
Como uma rosa
A exalar singeleza
Definir o que é leve?
Não tenho tal pretensão
Tampouco explicar o peso
Que joga a alma no chão
Pra quê entender?
Se o importante é sentir
Os pueris sentimentos
Que fazem a vida colorir
Levito, bato asas
Devaneio na contramão
No corpo a tempestade
Na mente o paradoxo
Na alma a mansidão
Ainda que me espreitem
Os loucos olhos das circunstancias
Choro para depois sorrir
E continuo a minha dança
Bailo no ar
De mãos dadas com o vento
Faço do universo meu palco
Meu tablado é o firmamento
Cortinas são ondas do mar
Feitas de encantamento
Não importa se estou só
Ou se alguém segura a minha mão
Se não há verde no outono
Se o sol foge no verão
Se não tem flores na primavera
Apenas folhas no chão
Ainda assim farei poesia
Me entregarei à emoção